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58 anos de idade

Não é todo dia que completamos um giro em torno do sol.
O meu, de chegar aos 58 anos de vida, acaba de acontecer em 16 de janeiro, o dia mais bonito de todo e qualquer ano, desde que eu existo! E eu, diante disso, que a cabeça ferve o tempo todo de tanto pensar, não seria diferente e, claro, que também não menos intenso.
Abri os olhos com o melhor beijo recebido da minha filha, de toda minha vida. Ela me despertou para os 58 assim, com um beijo levinho, junto com um bom dia baixinho, desejou que o dia fosse maravilhoso e deixou o presente ao lado da cama. Fiquei ali deitada e agradecendo por tê-la como filha.
E então, depois de minutos ainda na cama, pensando em como a vida acontece e vamos nos adaptando a ela e não ela que se molda ao nosso viver. Somos nós que nos ajeitamos dentro dela e dos acontecimentos de cada dia.
Pensei, então, em como cuidei, através das atitudes, de que minha vida sempre fosse leve, mesmo passando por situações que arrebentariam o coração de todas as pessoas. Eu sempre me disse que era só um acontecimento e ele não teria o poder de estragar, arruinar ou até mesmo destruir minha vida. Ela é única, é só minha, só eu a posso cuidar e fazer com que seja boa e bela. Então ela é.
Tenho uma outra certeza: o sorriso no rosto alivia absolutamente tudo.
Passe pelo que você passar, assim que conseguir sorrir, até seu inconsciente perceberá que tudo está voltando ao eixo.
Quem me ensinou isto que pratico durante as 18 horas do dia em que permaneço de olhos abertos? Eu me ensinei. Em casa, das lembranças desde os três anos de idade; na escola, em que estive a partir dos seis anos e não era a aluninha mais comportada, delicada e então gostada, das professoras; na convivência com os amigos da rua, até aos 17 anos me casar com a grande paixão da minha vida.
E então, quando me tornei realmente dona do meu nariz, do corpo todo e da vida, mais facilmente eu percebi e entendi que a vida só existe para que você seja feliz, dentro das possibilidades deste teu viver. Só faça acontecer.
Trabalhei durante o dia todo, junto da família e estive mais serena, ainda a pensar nos 57 anos que já vivi, tentando em retrospectiva, saber se sempre a achei boa assim como ela sempre me pareceu ter sido.
A noite com Frank, os filhos, nora e netos, eu completei o dia de pensamentos, com o coração cheinho e pronto a derramar todo o amor com que concluí o dia de aniversário.
Sim, a vida sempre foi boa e prosseguirá sendo enquanto eu permanecer por aqui.

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