O time do Al Hilal, da Arábia Saudita, surpreendeu muita gente na terça-feira (7) ao eliminar o Flamengo (RJ) na semifinal do Mundial de Clubes, que está sendo realizado no Marrocos. A vitória, entretanto, mostra a evolução dos árabes no cenário do futebol. Evolução essa que já era possível de se prever há mais de 30 anos, como se recorda o fisioterapeuta saltense Claudio Frias, que trabalhou no clube saudita entre 1988 e 1993.
Em conversa com a reportagem do jornal PRIMEIRAFEIRA, Frias disse não ter mais contato com os ex-companheiros de clube, mas lembra com carinho do tempo em que esteve por lá. “Mantenho simpatia pelo clube. Sempre que posso acompanhar, como nesta semana, estou ligado. Foi um clube que marcou minha vida”.
Entre um atendimento e outro no seu consultório, ele acompanhou a partida semifinal e afirma que o clube brasileiro era melhor. Entretanto, para quem viveu o mundo do futebol, ele lembra que, às vezes, nome, talento e história não são suficientes. “O Flamengo parece que não jogou tudo o que pode jogar. Eles têm um timaço, mas no futebol, às vezes, acontecem algumas surpresas. O Al Hilal não tem o mesmo renome que tem o Flamengo, então não deixa de ser uma surpresa. Mas o Al Hilal jogou bem também. Teve um esquema bem montado, o treinador é bom e o time estava no dia. O Flamengo criou, chutou, mas não conseguiu ser tão efetivo. Teve um pênalti logo no começo que ajudou, depois teve a expulsão que mudou o rumo do jogo”.
Amanhã (11), ele pretende mais uma vez acompanhar o clube pelo qual trabalhou, agora contra um dos maiores gigantes do futebol mundial, o Real Madrid, da Espanha. Mas, Claudio reconhece que o desafio é ainda maior. “Acho muito difícil o Al Hilal ganhar, mas pode acontecer. Olhando para o futebol, será mais uma zebra se acontecer”.
Independentemente do resultado, a participação dos sauditas mostra a evolução no futebol dos países da região. “A Arábia Saudita quer levar a Copa do Mundo de 2030 para o seu país e o fortalecimento dos clubes pode ser muito importante para esse projeto. Acho que o investimento no futebol do país será ainda maior. E já começou com o Cristiano Ronaldo (contratado pelo rival do Al Hilal, o Al Nasr)”, completou.