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Copa do Mundo de Futebol também é delas

Com álbum de figurinhas, transmissão ao vivo em rede nacional pela televisão e até ponto facultativo em dias de jogos, não é difícil notar que o Brasil está em ritmo de Copa do Mundo de novo. A euforia é bem menor do que no ano passado, quando os brasileiros viveram mais uma decepção com a seleção brasileira na Copa do Mundo do Catar, mas nada que tire o clima de um campeonato mundial.

A Copa do Mundo Feminina, competição que está sendo realizada na sede conjunta da Austrália com a Nova Zelândia, começou nesta quinta-feira (20) e seguirá até o dia 20 de agosto. Devido ao fuso horário, a maioria dos jogos ocorrerá entre o final da noite e começo da manhã.

Mas o fuso não vai atrapalhar a torcedora Giovanna Pupo. “Me propus a assistir todos os jogos, mesmo sabendo que será quase impossível por questão do horário. Pelo menos nos jogos da primeira fase, os horários dos jogos da seleção brasileira não prejudicarão para que possamos acompanhar”.

Fanática pela modalidade, Giovanna, entretanto, lamenta o horário dos jogos para a difusão da modalidade no Brasil. “É uma pena, porque essa questão do horário prejudica, aqui no Brasil, a audiência do futebol feminino, que já não é tão valorizado como o masculino”.

Quem também quer acompanhar todos os jogos, na medida do possível, é a professora de Educação Física Bianca Morgado. Ela promete ficar ligada, seja na tevê ou no celular, para também analisar as adversárias. “Com toda certeza acompanharei os resultados e probabilidades de chaveamento e evolução das fases de grupo etc. Sou torcedora, mas também gosto de analisar os times e como está a evolução do futebol feminino em nível mundial”.

Corintiana, Natália Chacon até tentou tirar férias para ficar ligada no Mundial, mas, como não conseguiu, pretende acompanhar intensamente jogos e resultados. Ela torce para que o Brasil tenha sorte nos enfrentamentos, sobretudo na segunda fase, e está confiante. “Friamente pensando, e a não ser que peguemos algum dos favoritos de cara, acho que chegaremos até as quartas de final sem tanto trabalho. A partir daí acho que realmente tudo pode acontecer e, apesar de não ser favorito, acho possível até o título”.

Na terça-feira (18), o governo federal decretou ponto facultativo para os servidores da administração federal nos dias de jogos da seleção brasileira. A Prefeitura de Salto informou não haver previsão de adotar o ponto facultativo. “A Prefeitura estuda a possibilidade para a fase final da Copa, a depender das datas e horários. Caso isso ocorra, será devidamente anunciado em momento oportuno”, informou. A empresa Irani, com filial em Indaiatuba, uma das principais indústrias de papel e embalagens sustentáveis do Brasil, flexibilizou horários para que os seus colaboradores possam acompanhar os jogos da seleção brasileira.

A Copa do Mundo certamente gera um impacto positivo para o futebol feminino. Apesar da discrepância quando comparado ao futebol masculino, as meninas estão ganhando espaço a cada dia e a torcida é para que o mundial seja um impulso a mais no desenvolvimento da modalidade.

A cabreuvana Gabrielli Crocco, que já foi goleira da seleção brasileira no início do trabalho da treinadora Pia Sundhage e atualmente joga pelo VF4, da Paraíba, torce para algumas das ex-companheiras e torce para mais investimentos dos clubes. “É gratificante para nós, atletas, vermos o quanto o futebol feminino vem crescendo no nosso país. Hoje conseguimos colocar pessoas no estádio para acompanhar os nossos jogos, claro que tem muito a se melhorar ainda, alguns times precisam investir mais para a qualidade do futebol feminino ser ainda melhor”.

A professora de educação física Bianca Morgado também vê o crescimento da modalidade, que podem ser notados com a disseminação da modalidade na tevê e na internet.
“O que vejo no cenário atual é uma lenta, porém real, evolução nas questões que envolvem o respeito à modalidade feminina assim como sua prática. A valorização às mulheres parece começar a despontar em alguns aspectos, como, por exemplo, a transmissão de campeonatos principais pela TV aberta. Oferecer a modalidade como esporte para todas as idades e sem distinção de gênero é uma prática que deve começar na educação básica.

Giovanna Pupo
“As meninas são muito raçudas, muito guerreiras e muito batalhadoras. Temos condições de fazer uma Copa do Mundo maravilhosa já que somos as atuais campeãs da Copa América, o que reforça o pensamento para uma linda jornada. Além disso, por ser a última Copa da Marta, pode fazer com que as jogadoras joguem com muito mais foco. Seria lindo ela encerrar seu ciclo vencendo a Copa. Seria digno de uma rainha”

Bianca Morgado
“Como torcedora eu espero nada menos que a taça nas nossas mãos. Mas analisando de fato e sendo realista, sabemos que o Brasil, apesar de estar entre as melhores, ainda não é uma equipe sólida e disparada em favoritismo para ganhar o campeonato tendo em vista nossas adversárias. Porém, eu acredito e vou torcer até a última gota de suor”

Gabrielli Crocco
“Acredito que a nossa seleção esteja muito bem representada, então a torcida pelo nosso primeiro título mundial está muito grande”

Natalia Chacon
“Friamente pensando, e a não ser que peguemos algum dos favoritos de cara, acho que chegamos até as quartas de final sem tanto trabalho. A partir daí acho que realmente tudo pode acontecer e, apesar de não ser favorito, acho possível até o título”.

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