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O PRIMEIRAFEIRA tem batido constantemente na tecla de que o cidadão precisa ajudar o setor de Zoonoses e Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde da Prefeitura de Salto no combate à dengue, que se alastra pela cidade vertiginosamente.
Essa ajuda nada mais é do que fazer o seu papel, eliminando criadouros e permitindo que os agentes daquela repartição entrem nos imóveis e façam o seu trabalho de disponibilização de produtos que vão fazer o combate ao mosquito transmissor.
Ocorre que a Prefeitura reclama que 40% da população não permite esse acesso dos agentes. Já a população reclama que a Prefeitura não faz o combate da forma como deveria. Esse impasse é perigoso para o conjunto de toda a sociedade.
Basta verificar que o número de casos de dengue na cidade nos primeiros meses do ano chegou a 1.727, considerado até a terça-feira (11), o que corresponde a quase o triplo do registrado em todo o ano passado, quando o total de ocorrências foi de 605.
O bairro com maior número de casos registrados neste ano é o São Pedro e São Paulo, que conta até o momento com 394 registros. Ele é seguido pelo Salto de São José com 152; Jardim das Nações com 126; Santa Cruz com 76; e o Centro com 43.
Diante disso, o que a Prefeitura deveria fazer, se realmente 40% da população rejeita o trabalho dos agentes, era usar a força da Lei Municipal nº 3.155/2013, que permite o ingresso forçado em locais cujo proprietário não receba os agentes de controle de endemias.
Mas, curiosamente, o setor de Zoonoses informou a este jornal que prefere esperar a chance de encontrar o morador em sua casa na hora de visita para então convencê-lo da necessidade de os agentes adentrarem o imóvel, o que, invariavelmente, leva tempo.
Não dá para entender por que razão se prefira esperar para impor um rigor necessário, sobretudo pelo alastramento da doença. Ainda que não haja uma calamidade por enquanto, o crescimento de casos é exagerado. O motivo para o impedimento da ação está claro.
Se o Poder Público não demonstra objetivamente com o rigor da lei para os moradores, principalmente estes que não recebem os agentes, que essa visita é fundamental para fazer o combate de forma adequada, não conseguirá convencer ninguém disso.

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