Em meio a uma imensidade de tecnologias, na maioria das vezes na palma da mão, pegar um livro físico para ler se tornou algo raro de se ver, sobretudo entre os jovens. Porém, estimular a leitura não é apenas uma forma de tirar os olhos da frente da tela (embora até para ler um livro use-se tela, atualmente), mas também oferecer a oportunidade de ter novos conhecimentos.
É isto o que faz uma biblioteca com mais de 20 mil livros na Escola Estadual Paula Santos. Trata-se de um ambiente descontraído e confortável que cativou os jovens, pois eles lotam o local, não apenas nas aulas de leitura desenvolvidas pelos professores da instituição, mas também no tempo livre. Uma mostra de que o livro, por mais velho que possa ser, ainda encanta. A biblioteca é como se fosse um grande parque de diversões para os alunos.
“Procuramos mostrar os gêneros literários, histórias, algumas vezes envolvendo algum contexto que os alunos estão aprendendo em sala de aula, outras vezes eles ficam livres para escolher. É uma aula que eles gostam muito”, falou a professora Lázara Simão.
As aulas ocorrem uma vez por semana no espaço e, se por algum motivo não acontecem, geram reclamações dos alunos. “É gratificante essa participação. Aqui temos a certeza de que o encanto pelo livro não acabou”, falou Eliana Reis, outra professora designada para conduzir as turmas à biblioteca.
Em meio a tantos alunos que passam pelo espaço, algumas histórias acabam chamando a atenção das professoras. Uma delas envolveu um aluno que chegou na escola praticamente sem saber ler, mas foi visto pelos educadores na biblioteca, desenvolvendo as primeiras frases lendo um dos livros.
Como forma de incentivo, além de designar um livro a cada bimestre, com temas da sociedade (o mais recente trata sobre o racismo), a biblioteca conta com releituras de grandes clássicos em quadrinhos, trazendo a rebuscada linguagem dos grandes escritores para um conceito mais próximo do jovem. Além disso, há muitos livros clássicos, best-sellers, mangás e mais uma infinidade, tudo para que o aluno possa não apenas aprender, como também “fugir” da dependência de um aparelho eletrônico para se divertir.
Recentemente, o editor responsável pelo PRIMEIRAFEIRA e escritor Eloy Oliveira e dois colegas dele na Academia Saltense de Letras, Alberto Manavello e Mércia Falcini doaram seus últimos livros para o acervo da biblioteca para ajudar a fazer a ideia crescer.