Embora a Secretaria de Saúde da Prefeitura de Salto não tenha respondido ao PRIMEIRAFEIRA o que pretende fazer em relação ao aumento do número de casos confirmados da Covid-19 na cidade nos últimos dias, é fundamental que o assunto seja tratado internamente na administração com a seriedade que ele exige.
De acordo com o último boletim, que compreende o período entre os dias 29 de agosto e 4 de setembro, o município registrou 68 casos confirmados, o que corresponde a um aumento de 385% na comparação com os números obtidos no boletim anterior, período entre 22 e 28 de agosto, quando 14 novos casos foram confirmados.
Não há necessidade de pânico por enquanto, mas é preciso observar que esse comportamento vem sendo registrado em outros locais, o que pressupõe que medidas devam ser tomadas tanto para combater localmente o crescimento quanto para se verificar como evitar que esses outros locais possam influenciar Salto.
Dados levantados pela plataforma SP Covid-19 InfoTracker, criada por pesquisadores da USP e da Unesp com apoio da Fapesp para acompanhar a evolução da pandemia, mostram que houve um aumento da média móvel de novas internações e no total de hospitalizados no Estado de São Paulo todo.
A média móvel é indicador de curto alcance, mas é significativo. Ela monitora a média de casos confirmados nos últimos sete dias. Na análise dessa média das últimas semanas, se observa o crescimento. Portanto, não se pode descuidar do problema e tampouco das medidas para assegurar a saúde da população.
Pesquisadores falam inclusive no retorno do uso de máscaras em locais fechados e com aglomerações e ainda em reforço vacinal. Talvez não seja para tanto neste momento em relação às máscaras, mas é necessário que as autoridades esclareçam a situação para a população. Mais que isto: que tomem as medidas, se indicadas.
O infectologista Evaldo Stanislau de Araújo, do Hospital de Clínicas de São Paulo, não prevê novas ondas de contaminação pela Covid-19. Ele diz que o vírus sofreu mutações e que continua em circulação e isto tem causado mais registros. A fragilidade ainda é a cobertura vacinal e todos são responsáveis por isso.