Cidades

Interligadas

Prefeitura e Saae garantem que obra do ‘Buraco da Barra’ será concluída esta semana

Com um ano e dez meses de reparos, a administração afirma que agora só falta recompor tubulações de esgoto que foram danificadas acidentalmente durante o trabalho, que deve terminar nesta sexta-feira

Após um ano e dez meses, parece que a obra de manutenção da mureta de proteção do Rio Jundiaí, que ficou conhecida como “Buraco da Barra”, destruída em uma enchente em fevereiro de 2022, finalmente será concluída. Segundo a Prefeitura de Salto, o serviço está em fase de finalização, restando apenas o Serviço Autônomo de Água e Esgoto, o Saae, concluir a recomposição das tubulações do local. A autarquia, ao ser questionada pelo PRIMEIRAFEIRA, garantiu que essa conclusão se dará até esta sexta-feira (10).
“Equipes do Saae estão fazendo a substituição de cerca de 120 metros da rede coletora de esgoto, danificada acidentalmente durante a execução da obra de conserto da mureta de proteção. A manilha de cerâmica perfurada está sendo substituída por uma tubulação de PVC ocre de 250 milímetros de diâmetro. A previsão, se tudo correr bem, é que a troca desse trecho da rede pelo Saae seja concluída até esta sexta, 10 de novembro”, informou o Saae.
A recomposição da tubulação não é o único reparo que está sendo feito nessa obra por conta de erros. Recentemente, o secretário de Obras e Serviços Públicos, Sandro Stivanelli, admitiu que o escorregador histórico da margem do rio ficou torto. Neste caso, não haverá um conserto por receio de a estrutura toda ruir.
Apesar da promessa, o vereador José Benedito de Carvalho (Solidariedade), o Macaia, desacreditou e já planeja encomendar um bolo para comemorar entre aspas os dois anos da obra. “Eu vou ter de pagar o bolo, já que falei que, se a obra não fosse concluída até fevereiro do ano que vem, eu pagaria. E não vai ficar. Em conversa com um empreiteiro, ele disse que o ideal seria fazer um muro de arrimo bem-feito. Ficaria mais barato e já estaria pronto”, afirmou.
Outro vereador que pediu esclarecimentos sobre os serviços executados foi Cícero Landim (PL). O parlamentar considerou “estranho” o fato de os contratos não terem sido disponibilizados no Portal da Transparência e prometeu solicitar os documentos oficialmente para analisá-los. “É uma obra absolutamente estranha. Os contratos não estão no Portal da Transparência. Temos de oficiar as secretarias de Administração, de Obras e de Turismo para nos mostrarem esses contratos. O que nos deixa preocupado é que sempre tem um funcionário da Secretaria de Obras fazendo os serviços, aí vem o Saae e desmancha o serviço porque estourou o encanamento. Tem (na obra) um subempreiteiro, porque a Prefeitura contratou a empresa, que contratou outra empresa, que contratou um empreiteiro para fazer o serviço. Precisamos entender essa brincadeira jurídica que estão fazendo com a Barra”, disse.
O presidente do Instituto de Estudos do Vale do Tietê, o Inevat, Ismar Ferrari, disse ao PRIMEIRAFEIRA que os custos dessa obra, além de altos, não deveriam ser pagos pelo município. Ele sustenta que quem deveria pagar é o governo do Estado por meio da Empresa Metropolitana de Águas e Energia, a Emae.
A empresa é a responsável pela construção de dois túneis, segundo ele, sem o Relatório de Impacto Ambiental, na barragem de Pirapora, que servem para reter o lodo e que acabam provocando enchentes nas cidades às margens do Tietê. “Eles são responsáveis por todos esses danos que Salto sofre”.
Ismar Ferrari calcula que Salto deva gastar mais de R$ 10 milhões para recuperar o muro da Barra, o Complexo da Cachoeira e a Ilha dos Amores, todos danificados pelas enchentes.
Além da recuperação da mureta do Rio Jundiaí, a Prefeitura deverá fazer novas intervenções no bairro da Barra como parte das obras de modernização no bairro. Segundo a Prefeitura, o projeto está pronto e deverá ser licitado ainda esse mês.

COMPARTILHE