Na segunda parte da entrevista de balanço do ano do chefe do Executivo de Salto, Laerte Sonsin Jr (PL) diz que fará a entrega de diversas obras e que a principal realização será acabar com a falta de água
Dando continuidade com a divulgação da segunda parte da entrevista de balanço do ano do prefeito Laerte Sonsin Jr. (PL), o chefe do Executivo disse ao PRIMEIRAFEIRA que tem expectativas positivas para o próximo ano, com a entrega de diversas obras e resolução de problemas, como a falta d’água, a reabertura de pontos turísticos e a necessidade de melhorias na Saúde. “De um modo geral, muitas entregas serão realizadas: equipamentos turísticos, prédios públicos, a clínica do Nações, o Cras do Jardim Marília, as creches do Fabbri e do Laguna, estas serão entregues já no começo do ano e deverão zerar esse problema crônico de vagas que temos”.
Nessa semana, o destaque da segunda parte da entrevista fica por conta dos investimentos realizados para garantir que não falte água para a população. Um problema que está quase sanado, segundo o chefe do Executivo. “De um modo geral, uma esmagadora parte da cidade, cerca de 90%, não tem falta de água. Os bairros que muitas vezes tinham falta de água, hoje não têm mais. O que nós temos são pontos específicos da cidade que sofrem mais”.
Além disso, o prefeito disse ter projetos para melhorar a estrutura do Hospital Municipal e que está em busca de recursos para tal, porém, no que diz respeito à demanda reprimida de exames, Sonsin é categórico ao afirmar que as filas estão próximas de serem zeradas. “Já houve uma redução significativa nas filas. Alguns exames já conseguimos zerar e outros estão próximos de terem as filas zeradas. O que temos são situações pontuais”, garantiu.
Abaixo a íntegra da segunda parte da entrevista. Para conferir a primeira parte da entrevista, acesse o link: https://portalprimeirafeira.ciol.com.br/2023/12/18/prefeito-afirma-que-salto-vive-um-momento-de-retomada-agora/.
Como o senhor avalia a atuação da gestora do Hospital Municipal?
Laerte Sonsin Jr.: Está indo muito bem. O único problema é o número de atendimentos, que está acima do esperado em cerca de 50%. A expectativa era de que fizéssemos 12 mil atendimentos por mês, mas estamos fazendo quase 18 mil. E uma curiosidade. Cerca de 35% dos que passam pelo Hospital não são de Salto. São de cidades vizinhas. Temos pessoas de Itu e Indaiatuba vindo ser atendidas em nosso hospital. Não podemos bloquear, porque o sistema único de saúde é universal, mas isso acaba prejudicando em relação ao tempo de espera. Entretanto, não há nada de anormal em relação à espera. Talvez, para o cidadão seja difícil esperar duas ou três horas, mas isso é algo que acontece até mesmo em hospitais da iniciativa privada. Temos relatos de hospitais particulares que demandam tempo similar por conta do número de pacientes ou também pelo dia. Num todo, a gestora está atendendo bem e dentro das expectativas.
De que forma podem ser sanados os problemas estruturais do Hospital ainda na gestão do senhor?
Laerte Sonsin Jr.: O problema da estrutura do Hospital é antigo. Havia um problema muito grave na cobertura do prédio e foi feita a implementação de uma capa protetora, que reduziu drasticamente a quantidade de infiltrações. Temos situações específicas, como, por exemplo, o vendaval que causou danos enormes. Então é normal que calhas retiradas do local, uma telha que saiu do lugar, a manta que ficou aberta, acabem gerando situações pontuais. Mas ainda assim é muito melhor do que estava antes. É inegável que o Hospital precisa de uma reforma, que seria muito custosa, e que o município não tem recursos, hoje, nem condições para arcar. Ano passado buscamos um recurso junto ao governo do Estado que não foi disponibilizado. Temos propostas e ideias, mas há o complicador de que o Hospital não pode parar. Então várias reformas são realizadas com o Hospital em funcionamento. O ideal seria construir um novo prédio, mas é financeiramente impossível agora.
Qual a situação em relação a fila de exames reprimidos?
Laerte Sonsin Jr.: Já houve uma redução significativa nas filas e alguns exames. Conseguimos zerar alguns e outros estão próximos de terem as filas zeradas. Os exames de imagem, por exemplo, imaginávamos zerar até o final deste ano, mas precisaremos de alguns meses de 2024 para zerar a fila. Porém, é inegável que houve uma redução enorme das filas. O que temos são situações pontuais. E isso ocorre por dois aspectos: algumas atividades sofrem mais por conta de mão de obra. Temos uma demanda muito grande na área de saúde da mulher por conta da falta de profissionais; na psiquiatria também, e não é algo apenas em Salto, já que outras cidades também sofrem com isso; e temos algumas demandas que estão reprimidas, mas que não dependem do município, já que são realizadas pelo governo do Estado. Houve uma mudança na gestão e não foi possível zerar a fila de espera do Estado. E não há o que o município possa fazer. O que nós fizemos foi implementar o AME municipal, que tirou o saltense da fila do Estado e criamos uma fila municipal, sendo que só neste ano serão mais de mil cirurgias de cidadãos saltenses. Enquanto pelo AME estadual acreditávamos que seriam realizadas algumas dezenas de cirurgias de saltense, pelo AME municipal vamos tirar mais de mil pessoas da fila. O problema está no Estado que ainda não conseguiu atender. Temos confiança que esse problema será resolvido e, inclusive, já há uma proposta de alteração na Constituição do Estado, que vai destinar 5% a mais do orçamento para a Saúde para reduzir essa espera.
O senhor vê o turismo fortalecido após a pandemia?
Laerte Sonsin Jr.: Estamos com dois meses de Parque Rocha Moutonnée inaugurado e foram mais de 64 mil visitantes, que vieram de 22 Estados e mais o Distrito Federal; de 600 cidades do país e até visitantes internacionais. Esse é um fenômeno que será ampliado. Recentemente o parque foi utilizado como cenário de pegadinhas do SBT, participação em programas da Globo e Record também. Por onde eu ando, inclusive em Brasília (DF), me perguntam sobre o parque. E isso é bom porque atrai a atenção e reflete no consumo. Basta conversar com os artesãos da cidade. É fato que ainda ressentimos da falta de investimento no Turismo nos últimos anos. Sempre se investiu o recurso do Turismo em pavimentação ou reforma de praça, sem se preocupar em atrair os turistas. O Turismo é algo que produzirá muitos frutos no futuro. Em breve vamos anunciar um novo hotel; novos equipamentos com alto poder para atrair turistas estão sendo incorporados, como o Jardim Japonês, a Casa do Artesão, a entrega do Jardim Tropical, a revitalização da Ponte Pênsil, entre outros. Além disso, temos a reforma nos sanitários do Pavilhão das Artes, com recursos do Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias Turísticas, o Dade. Se o turista vem para cá e vê um sanitário, que, apesar de limpo, é acanhado, feio e muitas vezes insuficiente, isto o faz pensar em não recomendar ou mesmo em não voltar à cidade. Agora, se ele vê um sanitário estruturado, com certeza irá refletir melhor. A tendência é um círculo virtuoso na vinda de turistas, que reflete nos restaurantes, no comércio, nos empregos…
Há o risco de perdermos o título de Estância Turística?
Laerte Sonsin Jr.: Risco sempre há, porque há um novo ranqueamento a cada ano. Porém, como estamos por dentro e conhecendo todas as Estâncias Turísticas, Salto não está numa posição ruim. Pelo contrário. Estamos bem localizados no ranking e acreditamos que não haverá risco (de perder o título de Estância Turística) agora. Até porque se, com aquilo que não estava tão bom, estávamos bem-posicionados, com os novos equipamentos é que não vamos cair.
Novas empresas deverão se instalar no município em 2024?
Laerte Sonsin Jr.: Várias conversas e em breve vou anunciar algumas grandes empresas que vão gerar centenas de empregos. Obviamente por questão estratégica da empresa ainda não podemos divulgar, mas são grandes empresas, inclusive algumas delas de cidades vizinhas que estão vindo para cá.
Hoje, qual o maior problema a ser resolvido na questão da água?
Laerte Sonsin Jr.: O nosso problema está na distribuição, na velocidade de transferência de água. O Saae não fabrica água. Ele capta nos ribeirões, trata e leva para a casa das pessoas. No Santa Cruz, por exemplo, tem um grande reservatório apoiado e outro elevado que recebe água do Jardim Cidade, que recebe, por sua vez, água da ETA Bela Vista. A taxa de transmissão desses pontos precisa ser equalizada ao consumo de água. Então, se o consumo da população for na mesma taxa da remessa de água, não falta água. Mas, como tivemos a maior onda de calor dos últimos 80 anos, com temperaturas que chegaram próximas dos 40 graus, o que levou ao consumo, em alguns bairros, num período de oito horas, equivalente ao esperado como consumo em 24 horas. Isto representou que a taxa de consumo foi maior do que a capacidade de transmissão. Por conta disso, foi diagnosticada a necessidade de pulmões de água. E por isso, um dos reservatórios de 5 milhões de litros será construído no Santa Cruz, para que se tenha uma reservação e que, quanto tiver um consumo elevado, essa reserva seja suficiente para se manter durante o dia, para quando chegar no período da madrugada, cujo consumo é menor, consigamos repor e distribuir para a população.
E quais ações foram e/ou estão sendo feitas para minimizar esse problema no curto prazo?
Laerte Sonsin Jr.: De 2021 para cá, desde a crise hídrica, estiagem e o sofrimento da população, uma série de serviços foram executados para minimizar esses problemas. Nós não tínhamos, por exemplo, uma draga, já que a nossa havia sido vendida. Então compramos uma nova e fizemos um trabalho de desassoreamento do Ribeirão Piraí e depois do Ribeirão Buru. Isso fez com que, praticamente, aumentássemos em mais de duas vezes a capacidade de reservação de água. Ainda não fizemos a batimetria, mas calculamos no Piraí o dobro de capacidade e no Buru o triplo. Além disso, recuperamos a Fazenda São João, que é uma grande reserva técnica do município, e inclusive ampliamos a capacidade de água armazenada, que supriria a demanda de toda a região Noroeste por praticamente um mês. Estamos administrando as cavas do Ribeirão Piraí. As cavas de Indaiatuba são administradas pelo Saae de Salto. Fizemos a substituição dos filtros da Estação de Tratamento de Água do João Jabour, o que aumentou ainda mais a capacidade de filtragem; estamos substituindo os filtros da ETA Bela Vista; fizemos a interligação do bairro Taquaral, em que a água não chegava lá pela tubulação, apenas por caminhão-pipa. Tendo em vista todas essas ações realizadas nos últimos meses, a captação de água não é o nosso maior problema. Muito embora a construção da Barragem do Piraí tenha importância, o reflexo será numa demanda futura.
Na opinião do senhor, falta água na cidade atualmente?
Laerte Sonsin Jr.: De um modo geral, uma esmagadora parte da cidade, cerca de 90%, não tem falta de água. Os bairros que muitas vezes tinham falta de água, hoje não têm mais. O que nós temos são pontos específicos da cidade que sofrem mais. São os casos de duas ruas mais altas no bairro Santa Efigênia, duas ruas mais altas no Planalto, uma rua no Santa Marta, uma no Celani e duas ruas no Nova Era. Enfim, são ruas específicas que sofrem mais por conta da despressurização do sistema. Quando se interrompe o abastecimento, você tira a pressão e, até ter o sistema totalmente pressurizado, demora um pouco e muitas vezes acaba a água antes de conseguir pressurizar. Isso, obviamente, prejudica quem mora nessas regiões. Com os reservatórios que estamos fazendo esses problemas serão zerados, pois teremos uma reserva no local. Essas reservas serão suficientes para evitar a despressurização.
O que podemos esperar da Salto pelas mãos do prefeito Laerte Sonsin Jr para o ano de 2024?
Laerte Sonsin Jr.: Temos muitas obras e ações que estão sendo implementadas. Então, 2024 será um ano de muitas entregas, de muitas soluções, como é o caso do problema da falta de água, que queremos resolver. De um modo geral, muitas entregas serão realizadas: equipamentos turísticos, prédios públicos, a clínica do Nações, o Cras do Jardim Marília, as creches do Fabbri e do Laguna, estas serão entregues já no começo do ano e que deverão zerar esse problema crônico de vagas que temos. O ano de 2024 será o ano das soluções.