Após o ocorrido na Câmara de Vereadores de Salto, no último dia 28 de fevereiro, quando um curto-circuito suspendeu a sessão legislativa, o PRIMEIRAFEIRA conversou com profissionais da área para explicar os riscos e os perigos de fiações antigas que acabam sendo sobrecarregadas pelo grande número de equipamentos utilizados. As explicações valem não apenas para o prédio do Legislativo, mas para qualquer outro imóvel.
Segundo o coordenador de Engenharia Elétrica e Química do Ceunsp, João Paulo Pransteter, e o professor do mesmo curso, Luiz Carlos F. Amaral, há um risco grande em aumentar a demanda de energia elétrica com o mesmo dimensionamento de fios e cabos elétricos, assim como não fazer as devidas alterações no quadro de energia.
“Sempre que se aumenta a demanda de um prédio com cargas como ar-condicionado ou algum outro equipamento, se deve fazer uma avaliação de qual a capacidade de corrente daquele circuito em que foi instalado o ar-condicionado, bem como também avaliar a proteção (capacidade dos disjuntores)”, disseram.
Os profissionais afirmam que alguns sinais de sobrecarga podem ser notados com o desarme de disjuntores, o acendimento de luzes mais fracas e equipamentos operando abaixo do especificado pelo fabricante. Além disso, é necessária a manutenção preventiva a cada três anos ou quando houver um aumento de carga instalada.
Os engenheiros explicam que é possível ter fiações antigas com equipamentos novos. “Sim, é possível ter fiação antiga com quadro de energia e tomadas novos, desde que a fiação antiga esteja dimensionada de maneira compatível com o quadro de energia novo e as tomadas novas. Sim, reduz os riscos desde que a fiação antiga esteja em boas condições e ainda atenda as demandas das cargas”, finalizaram.