José Clésio Silva de Oliveira Filho, do 1º DP, é acusado de envolvimento com um grupo que falsificava boletins de ocorrência para praticar corrupção e extorsão contra empresários
Uma operação, comandada pelo Ministério Público de São Paulo, prendeu, na terça-feira (26), o delegado do 1º Distrito Policial de Indaiatuba, José Clésio Silva de Oliveira Filho. Ele é acusado de envolvimento com uma organização criminosa que falsificava boletins de ocorrência para a prática de corrupção e extorsão praticada contra empresários.
A operação contou com o apoio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, o Gaeco; o Batalhão de Ações Especiais da Polícia Militar, o Baep; e a Polícia Civil. Ela cumpriu 13 mandados de prisão temporária e 17 mandados de busca e apreensão, que foram realizados nas cidades de Indaiatuba e Itu.
Além do delegado, a operação denominada de Chicago investiga policiais civis e guardas civis municipais. Dois investigadores, um escrivão, dois guardas e três advogados também são investigados.
De acordo com o Ministério Público, o modus operandi do grupo consistia em invadir estabelecimentos comerciais, subtrair bens e valores das vítimas e decretar prisões abusivas, através da produção de falsos boletins de ocorrência, inquéritos e investigações. O grupo fazia exigências indevidas, como o pagamento de resgate da prisão ou garantia da não investigação.
Pelo menos dez empresários foram vítimas dos crimes, com pedidos de pagamentos pelos acusados que variavam entre R$ 1 milhão e R$ 3 milhões.
Para dar cumprimento às ordens judiciais, houve a mobilização de 15 promotores de Justiça, 10 servidores do MP, 94 policiais militares e 19 policiais civis. Também foram deferidas medidas de sequestro de bens e imóveis, além do bloqueio de valores que somam aproximadamente R$ 10 milhões.
A denominação da operação remete à Chicago dos anos 20 e 30, período em que gangsters governavam a cidade americana à base de violência, desprezando a lei e criando fortunas com os crimes.