Enquanto o mundo vê o impacto das alterações climáticas no Rio Grande do Sul, a discussão por melhorias na infraestrutura urbana a fim de reduzir os danos em casos extremos se tornou uma pauta de muitos políticos.
Entretanto, na prática, os investimentos para essas ações parecem estar longe de ocorrer. No projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2025, apresentado há algumas semanas na Câmara de Vereadores, não há recursos específicos para os desafios causados pelas mudanças climáticas.
Há apenas duas menções ao combate às alterações climáticas na LDO de 2025, sendo uma na qual visa “garantir que as pessoas, em todos os lugares, tenham informação relevante e conscientização sobre o desenvolvimento sustentável e estilos de vida em harmonia com a natureza”. Isso, porém, tem como meta ser realizado até 2030.
A falta de atenção na elaboração da lei expõe como a situação vem sendo tratada pelos políticos. Em outro trecho, a previsão é de que, “até 2020” seja “assegurada a conservação, recuperação e uso sustentável de ecossistemas terrestres e de água doce interiores e seus serviços, em especial, florestas, zonas úmidas, montanhas e terras áridas, em conformidade com as obrigações decorrentes dos acordos internacionais”.
A Prefeitura de Salto foi questionada pelo PRIMEIRAFEIRA sobre qual o investimento realizado desde 2021 nessas áreas afetadas pela enchente ocorrida em 2020 e também nas localidades constantemente afetadas, mas até o encerramento desta edição, não respondeu.
Nas diretrizes da Secretaria de Meio Ambiente, fala sobre a elaboração e a implementação de um Plano Público de Resiliência Climática para os próximos dez anos. Não há, porém, mais detalhes sobre essa proposta.
Vale recordar que, há pouco mais de quatro anos, Salto viveu uma de suas piores enchentes da história, chovendo em 40 minutos o esperado para uma semana. O volume intenso de chuvas no dia 3 de fevereiro de 2020 gerou alagamentos em trechos de diversas ruas, em várias regiões da cidade, interditando ruas e deixando pontos turísticos destruídos. Além disso, é sabido que algumas regiões da cidade, como o trecho do bairro Três Marias, próximo à Ponte dos Pescadores; Largo São João; Rua 24 de Outubro, próximo ao campo do Avenida; avenidas Cásper Líbero, no Santa Cruz, e José Maria Marques, na Região Noroeste; e nas ruas que margeiam o Rio Jundiai, sofrem mais com as inundações.