A confirmação do primeiro óbito por dengue em Salto traz à tona novamente um problema que é crescente e alarmante na cidade. Esse problema precisa ser atacado de forma corajosa pelas autoridades, pelas lideranças comunitárias e por toda a população. Neste sentido, a decisão da Prefeitura, em conformidade com a Lei Geral de Proteção de Dados, de não divulgar informações detalhadas sobre a vítima, limita o alcance da conscientização da população.
O aumento significativo dos casos de dengue é um claro indicativo de que as medidas de prevenção e controle ainda não são suficientes. Até o dia 21 de maio deste ano, foram registrados 2.725 casos, um aumento de 1.099 casos em comparação ao mesmo período do ano passado. Esse crescimento de 67% deve ser um alerta vermelho para as autoridades, para as lideranças e para os cidadãos, de modo que tomem medidas urgentes e mais eficientes.
Outro aspecto importante é que os bairros mais afetados, como Jardim Santa Cruz, Jardim Celani, Centro, Bela Vista e agora Jardim Marília, refletem a dispersão da doença e a necessidade de ações mais abrangentes e eficazes. A resposta da Vigilância Epidemiológica, com vistorias programadas no Jardim Santa Cruz, demonstra um esforço significativo, mas é fundamental que essas ações sejam contínuas, intensificadas e espalhadas.
A luta contra a dengue é uma responsabilidade coletiva. Não é apenas tarefa das autoridades ou das lideranças comunitárias, mas também de cada morador. A proliferação do mosquito Aedes aegypti, vetor da dengue, pode ser drasticamente reduzida com ações simples, como eliminar água parada, tampar caixas d’água e utilizar repelentes. A conscientização e a colaboração da comunidade são os únicos meios para se vencer essa doença efetivamente.
Para isto, a Prefeitura precisa ampliar as campanhas de educação e sensibilização, utilizando todos os meios disponíveis para informar a população sobre a prevenção da dengue. Ainda deve investir em infraestrutura e saneamento básico para garantir que os criadouros do mosquito sejam eliminados de maneira sustentável e, por fim, deve lançar mão principalmente da lei municipal que garante o ingresso dos agentes mesmo em casas fechadas.
O Instituto Adolfo Lutz está investigando outros cinco óbitos suspeitos, o que adiciona uma camada de urgência à situação. Com a possibilidade de mais mortes por dengue, é imperativo que as autoridades de saúde adotem uma postura proativa, intensificando as ações de controle e aumentando a transparência nas informações, sem comprometer a privacidade dos indivíduos.