Cidades

Interligadas

Transparência necessária

Desencontros de declarações e de atitudes na política frequentemente geram dúvidas e incertezas entre a população e os seus representantes eleitos. Um exemplo é a questão envolvendo a retomada do serviço de tratamento de esgoto pela administração por meio do Serviço Autônomo de Água e Esgoto, o Saae.

Primeiro, o prefeito Laerte Sonsin Júnior (PL) comemorou como uma vitória a retomada do controle da atividade dizendo que ela possibilitaria um controle maior e uma gestão melhor, sobretudo por se unificar o caixa, que seria engordado com o lucro até então da empresa responsável, e depois por centralizar o comando.

Em seguida, veio o superintendente do Saae, Gilmar Souza dos Santos, dizendo que precisa terceirizar novamente o serviço porque ele está sucateado. Ele alegou que precisará contratar 40 novos servidores operacionais e técnicos e mais 10 administrativos, além de comprar novos equipamentos e fazer novos investimentos.

Com esse quadro, na tese do superintendente, que contraria a fala do prefeito, a administração não teria condições de arcar com a despesa e a terceirização seria o único caminho. Mesmo contrariado, o prefeito se reuniu com representantes da SaneSalto em Campinas, em almoço, flagrado em foto pelo vereador Vinícius Saudino (PSD).

Diante da incoerência e da falta de informações mais detalhadas, os vereadores Vinícius Saudino, Fábio Jorge (União Brasil), Daniel Bertani (Novo) e José Benedito de Carvalho (PRD), o Macaia, pediram a criação de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI) para investigar a retomada dos serviços pela autarquia municipal.

Imediatamente, o prefeito reagiu, alegando que a iniciativa tem conotação eleitoral por lançar dúvidas em um momento pré-eleitoral, mas se mostrou tranquilo, dizendo que a investigação poderá revelar irregularidades cometidas no passado (antes do seu governo), especificamente no contrato com a Conasa.

Independentemente da motivação política ou não e da possibilidade de se revelar irregularidades de outros governos, os vereadores precisam garantir que a CEI traga transparência para essa questão, afinal as coisas não mudam da noite para o dia e é preciso se explicar todo esse sucateamento e as necessidades ditas.

É preciso lembrar que a Conasa trabalhava com um total de 32 funcionários entre todas as áreas e sempre alegou ter feito investimentos e a compra de equipamentos. A população precisa saber o que é verdade em tudo isto, pois é o seu dinheiro que paga a manutenção do serviço e já não havia uma satisfação plena com ele.

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