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Cláudio Terasaka afirma que será o candidato das soluções simples e pontuais

Nome proposto pelo Republicanos para disputar a eleição para prefeito, o médico se mostra disposto a resolver e para isso propõe sugestões fáceis de aplicar e eficazes para o cidadão

O médico Cláudio Terasaka pretende conduzir a cidade de Salto, caso se eleja prefeito, com a habilidade de um cirurgião. Embora tenha ficado afastado da política alguns anos após uma longa passagem de quatro mandatos como vereador, ele já disputou as eleições de 2022 e foi por isso que viu a possibilidade de ser uma nova opção para a população saltense em 2024. “Eu sei o que tem de ser feito e vou fazer. Se um fez ou deixou de fazer, já foi. O problema está aí e precisa ser resolvido. Precisamos ter agilidade, mas não fazendo coisas meia boca”, afirmou.

Em entrevista exclusiva ao PRIMEIRAFEIRA, o pré-candidato do partido Republicanos disse conhecer de perto os problemas da população com os atendimentos que realiza através do Sistema Único de Saúde, o SUS. Mais do que isso, ele sabe bem o que precisa ser feito para melhorar uma das grandes reclamações do cidadão: o atendimento médico.

“Você precisa dar oportunidade para a pessoa com uma cólica ser atendida com agilidade. O protocolo de Manchester é válido, mas só serve para justificar o atraso. É a mesma coisa da esmola do mutirão de catarata. Só fazem o mutirão porque há atraso nos procedimentos. Acho que mudaria a mentalidade da assistência médica. Isso se resolve com treinamentos para os profissionais da saúde. Acho que é preciso outro enfoque no acolhimento. Um acolhimento que eu gostaria de ter”, afirmou.

No geral, o pré-candidato se mostra despojado e disposto a enfrentar as dificuldades sem ficar pensando em soluções elaboradas. Prefere ser direto e objetivo e buscar saídas simples que possam resolver. “É preciso de escolas que realmente funcionem. Uma escola em que você chegue na família do aluno e diga o seguinte: ‘para entrar nessa escola você vai dar autorização para seu filho varrer a sala de aula, para que o professor possa chamar a atenção dele, vai respeitar o professor e levantar quando ele entrar em sala, vai cantar o hino nacional etc. Aceita?”, disse.

Confira a entrevista completa.

O que motivou o retorno do senhor à política já nas eleições de 2022 e agora nas eleições municipais de 2024?

Cláudio Terasaka: O que me motivou à disputa dessas eleições foi minha filiação ao partido Republicanos. Ele me mostrou, desde minha candidatura em 2022, uma organização muito grande. Aquela até seria a minha última eleição, tanto que eu cheguei a avisar o partido. Porém, diante da campanha que fizemos, o partido solicitou que eu entrasse na disputa desta eleição, já que o cenário estudado pelo partido apontava uma oportunidade para o Republicano pleitear a Prefeitura. Além disso, por tudo o que o partido trouxe ao município, mesmo sem um representante, foi uma forma de retribuí-lo.

E a pré-candidatura a prefeito foi a única opção para o senhor?

Cláudio Terasaka: Tendo a possibilidade de ser prefeito, eu posso fazer as coisas que eu gostaria de fazer. Se eu fosse vice, não teria condições. Se eu quisesse ser vice, talvez já tivesse pleiteado em eleições anteriores, mas para o que eu quero fazer, é só sendo prefeito.

Como o senhor pretende conduzir a cidade se for eleito prefeito?

Cláudio Terasaka: Sendo da área médica e atendendo ao SUS, algo que eu faço questão de fazer, tenho a possibilidade de sentir e entender os problemas da população. Não apenas da área médica, mas da área social, do dia a dia etc. Tendo essa visão ampla, vi a possibilidade de dar uma outra forma de administração pública. Uma visão voltada para a população, sobretudo os mais vulneráveis. Quero conduzir a administração com a habilidade de um cirurgião. Se é pra cortar, vamos cortar; se é para extirpar, vamos extirpar. Eu sei o que tem de ser feito e vou fazer. Se um fez ou deixou de fazer, já foi. O problema está aí e precisa ser resolvido. Precisamos ter agilidade, mas não fazendo coisas meia boca. Pode ser que eu não asfalte uma rua sequer, mas vou resolver o problema embaixo da terra. O outro que faça, mas fará sabendo que não terá problemas posteriores.

Quais as dificuldades que o senhor mais nota nesse convívio diário com a população?

Cláudio Terasaka: Todos nós temos dificuldades. E muitas vezes, temos aqueles problemas que nunca conseguimos resolver. Por exemplo, se muitas pessoas não tivessem problemas com a casa própria, a família tem a oportunidade de deslanchar. Então, são coisas pontuais que atrapalham. E se for algo de âmbito municipal que o prefeito possa resolver, eu vou resolver da melhor forma para a população. É isso que eu quero. Construir isso ou construir aquilo todo mundo fez. Num contexto geral, acho que Salto está boa. Agora, precisa olhar mais para o povo. E a população mais carente não precisa de muito. O Poder Público tem instrumentos para fazer a cidade melhorar.

Quais seriam os principais desejos do senhor para atender a cidade de Salto depois da eleição?

Cláudio Terasaka: São vários. Pelo fato de ser médico, acho que seria mudar a mentalidade da assistência médica. Isso se resolve com treinamentos para os profissionais da saúde. Acho que é preciso outro enfoque no acolhimento. Um acolhimento que eu gostaria de ter. Por exemplo, ao invés de gritarem ‘fulano de tal’, por que não implantar um painel eletrônico? O que já era para ter há muito tempo. Ou então adotar uma outra forma de abordagem: ‘senhor fulano, poderia vir até aqui’? A maneira de falar e a entonação, muda tudo. São coisas simples, mas que fazem a diferença.

O senhor acha que o Hospital Municipal reúne as condições para atender a população atualmente?

Cláudio Terasaka: Na década de 1980, o Jesuíno Ruy (prefeito à época) construiu o hospital e todos desceram o cacete nele, porque o Jardim Celani não tinha nada além do hospital. Porém, aquilo que chamaram de elefante branco, já tem mais de 40 anos e não aumentou fisicamente. Mas e a população, aumentou? Praticamente dobrou! Se a população cresce, a arrecadação também está aumentando. Mas qual o retorno que a população tem? Como, então, podemos dar uma assistência médica de 1980 em 2024, com o mesmo número de médicos? É isso que não enxergam. Se a população cresce, é preciso aumentar a oferta. Eu preciso de mais pessoas para trabalhar.

E qual seria a solução?

Cláudio Terasaka: Eu quero ampliar o hospital. Mas, além disso, quero fazer as UPAs em locais como o Santa Cruz, Nações, não sei mais onde. Mas eu quero uma UPA resolutiva. Não adianta fazer o prédio e colocar um médico só, para dizer que fez. E onde já existem as unidades básicas, é preciso fazer um diagnóstico social para saber quais e quantos médicos especialistas precisam. Além disso, é preciso um serviço de zeladoria que funcione. Não podemos deixar deteriorar os prédios públicos. Parece que fazem de propósito para reformar e depois reinaugurar. Bela porcaria. Isso é uma bobagem. Está tudo errado. Tem de ter alguém da administração passando e ver o que precisa ser arrumado.

O que pode ser mudado no atendimento médico do hospital?

Cláudio Terasaka: Você precisa dar oportunidade para a pessoa com uma cólica ser atendida com agilidade. O protocolo de Manchester é válido, mas só serve para justificar o atraso. É a mesma coisa da esmola do mutirão de catarata. Só fazem o mutirão porque há atraso nos procedimentos. Mas porque está atrasado? Fazem politicagem com isso e ainda colocam o médico para fazer 50 cirurgias num único dia, correndo o risco de ter problemas por excesso. Está tudo errado.

Por que Salto não consegue suprir de forma crônica a falta de alguns médicos especialistas?

Cláudio Terasaka: Como eu posso trazer um cardiologista ou um pediatra, ganhando a mesma coisa que ele ganha na cidade dele ou até menos? Aí falam que abriram concurso, mas ninguém apareceu. Claro! E quem apareceu é porque não serve para trabalhar nas outras cidades. Se quer profissional bom, tem de pagar. Agora, qual gestor tem coragem de pagar?

O senhor acha que o sistema educacional da cidade funciona como deveria?

Cláudio Terasaka: É preciso de escolas que realmente funcionem. Uma escola em que você chegue na família do aluno e diga o seguinte: ‘para entrar nessa escola você vai dar autorização para seu filho varrer a sala de aula, para que o professor possa chamar a atenção dele, vai respeitar o professor e levantar quando ele entrar em sala, vai cantar o hino nacional etc. Aceita? Então pode ficar’. Se não quiser, tudo bem, teremos todas as outras escolas oferecendo toda a estrutura. Mas essa escola seria dessa forma. Tenho certeza de que a grande maioria dos alunos se tornará adolescentes melhores, adultos responsáveis e com chances de escolher o que é bom ou o que é ruim. E não veríamos o que vemos hoje nas escolas, com agressões físicas aos professores, falta de respeito, a família se distanciando da escola. É preciso chegar alguém que queira mudar. São coisas que não precisam de muito investimento para isso.

Como o senhor viu os empréstimos realizados pelo Executivo recentemente?

Cláudio Terasaka: Nada contra recapeamento, mas eu faria um empréstimo não para recapear, mas para ver o que tem debaixo da terra. Antes de recapear, vamos fazer um trabalho para que, daqui seis meses não comecemos a fazer buraquinhos no asfalto novo. Porque não troca tudo, já pensando no aumento da população? Dentro de umas três administrações resolvemos o problema das tubulações em Salto. É um trabalho para toda a população.

É possível governar sem emprestar dinheiro de programas ou depender de emendas?

Cláudio Terasaka: Não dá mais para ficar esperando emendas para fazer. Perdemos o timing. É um trabalho monstruoso, mas, se dentro da administração tiver pessoas que entendam de pessoas, acho que dá para melhorar o município. E amarrar para que os próximos deem continuidade. O que não pode é demorar para fazer as coisas. Se tem uma obra pela metade, vamos terminar logo. É uma demanda do Estado, mas não está resolvendo, vou resolver. Não quero saber se pode ou não pode. Isso eu presto contas depois, mas vou resolver.

O senhor passou pela Câmara. Como o vereador pode ajudar a governar a cidade?

Cláudio Terasaka: Se o prefeito trabalhar bem com os vereadores, conseguimos fazer muitas coisas. Eles podem administrar o hospital, ajudar a cuidar da zeladoria… e não precisa dessa coisa de requerimento. Fala por boca. Tem um buraco? Onde está? Já dá pra resolver, então vamos resolver. Foi você quem indicou? Quer tirar fotografia? Vamos lá então. Não tem problema nenhum. O importante é resolver. A maneira que eu quero tratar a Câmara é amistosa, afinal, ninguém quer o mal para o município. Cada um à sua maneira, mas vamos resolver.

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