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Como lidar com a autossabotagem

Quem nunca se sabotou? A autossabotagem é muito frequente, é um tiro no pé, é uma curtição do ego, é uma puxada no tapete que a gente dá para viver no sofrimento. Reclamar, dizer que não conseguiu, que a vida não deu certo e quando se está numa situação diferente do sofrimento começa a estranhar um pouco e volta a se sabotar devido ser um mecanismo de defesa para voltar ao conhecido.

O medo é a mola propulsora da autossabotagem. Quando saímos da zona de conforto, temos medo de nos frustrarmos e sabotamos para não sair daquele lugar que não é tão bom assim, mas é conhecido e familiar.

Autossabotagem é um mecanismo de proteção que a mente tem para manter as coisas exatamente do jeito que são, é uma economia de energia para evitar de correr um risco e causar um incômodo. Então é preferível ficar onde ela está e para vencê-la é necessário ir aos poucos.

É muito comum quem se sabota ter uma autoestima ruim, uma identidade muito estreita e a pessoa se acostumou a fazer coisas para obter recompensas a curto prazo. A autossabotagem sempre vai bater em cima de um grande salto de desenvolvimento, por isso, muitas pessoas preferem passar a vida fantasiando em ser uma grande personalidade, ter grandes coisas realizações e dizer que o momento não é o ideal e que precisa aguardar para isso acontecer.

Algumas dicas para evitar a autossabotagem: Pare de se justificar e admita que você erra; não se vitimize; não enrole para fazer; admita que uma parte de você gosta dessa posição sofrida e que não consegue fazer as coisas. Não espere recompensas a curto prazo, aprenda que soluções mágicas não existem. Dê pequenos instantes de vitórias para algo que vai demorar para você conseguir obter, como por exemplo: não espere aprender inglês em duas semanas, mas espere que vai demandar tempo, que você vai ter que estudar e se dedicar muito. Então dê pequenas recompensas para você perceber que aquele esforço de longo prazo terá pequenos confortos para seu ego.

Divida grandes tarefas em pequenas tarefas, para você ter segurança em cada etapa e ter a sensação de que as coisas estão se encaixando. Não queira ser perfeccionista porque senão diminui as chances de você começar a executar a tarefa. Espalhe a ideia para as outras pessoas para que elas te apoiem, além de criar uma pressão psicológica em torno do seu objetivo e isso fará com que diminua as chances de você desistir. Pense na frase “só por hoje” como um mantra do dia-a-dia para executar suas tarefas e, com o tempo, essa sensação emocionalmente desgastante desaparece e você vai tendo recompensas a médio e longo prazo. Entenda que vai ser desagradável o que você tem que fazer, porque só assim sua expectativa diminui e você consegue executar o que precisa sem ficar contrariado. Siga até o fim, ainda que seja desgastante, difícil, para tirar da cabeça aquela sensação de que eu poderia ter feito e não fiz, e ficar a sensação de que você tentou.

Nós podemos criar nossos sonhos, então se um sonho não deu certo, siga para o próximo. Se acostume com o que é bom. Lembre-se: essa zona desconhecida que causa incômodo ela só é desconhecida até agora, daqui a pouco se torna conhecida e você passará a pensar como foi possível viver até agora sem ela.

Fique atento se você não está sabotando alguma coisa na sua vida, perdendo oportunidades, deixando de se conhecer, perceba e puxe o freio de mão para não se sabotar. Você pode ser feliz! Mude seu mecanismo, se não conseguir sozinho busque uma psicoterapia.

“Material apenas informativo”

Patricia Zanetti Salvaterra da Silva – CRP 06/130220

Psicóloga

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