A participação do coaching não é uma novidade no futebol. O trabalho de treinamento mental ganhou espaço entre clubes e atletas profissionais, mas na base, onde os atletas mais precisam de preparo para ter sucesso na carreira desportiva e social, a presença do coaching ainda é vista como um movimento recente.
Alexander Pereira loro é o responsável por realizar esse trabalho no Salto Futebol Clube. O trabalho é desenvolvido pensando esportivamente, para que os jovens consigam desempenhar o melhor papel em campo, sabendo administrar todo o seu entorno. “Como clube temos o objetivo de revelar e lançá-los no mercado da bola. Um jogador pode ir bem no treino, realizar todos os fundamentos, mas no dia do jogo ele sucumbe por conta de vários fatores, desde a pressão da torcida até a pressão dos pais. Nosso trabalho é fazer com que o atleta tenha uma inteligência relacional para administrar tudo o que acontece dentro do jogo”, falou.
Para o coaching, os jovens têm a oportunidade de focar exclusivamente no futebol, mas caso acabem não obtendo sucesso, os ensinamentos do mundo da bola o deixarão preparado para uma vida social e profissional mesmo longe dos gramados. “Os atletas são extremamente novos e precisam estudar, ter uma vida social, mas eu costumo dizer que, nessa idade e podem estar nessa posição, eles não precisam de um plano B, pelo menos não neste momento. O plano A é fazer o futebol funcionar e se tornar jogador de futebol profissional. O funil é estrangulador hoje em dia, e aqueles não conseguirem, levarão esses princípios para a vida. E vão se tornar o que quiserem ser”.
Com técnicas que abordam a saúde mental e física relacionada ao futebol, sem deixar de lado temas como família, educação e os relacionamentos sociais, Alê aposta que o coaching nas categorias de base tendem a ser cada vez mais utilizado entre os times de futebol. “Embora ainda haja muita resistência e muitos preferem fazer do jeito antigo, o coaching traz esse algo a mais. O aumento no resultado é abrupto e o treinamento mental é fundamental, especialmente para evitar as distrações que massacram os garotos em massa de manobra. Acho que dentro de cinco anos, todas as categorias de base terão um coach e queremos, no Salto FC, surfar nessa onda e levar essa tendência a todo o futebol paulista”, afirmou.