Com muitos profissionais da Educação na plateia, vários protestos com cartazes e verbais – que causaram na suspensão da sessão em duas oportunidades, a Câmara de Vereadores de Salto aprovou na terça-feira (9) o polêmico projeto de lei complementar que permite que a Prefeitura firme contrato com Organizações Sociais para a gestão de entidades na Educação e na Ação Social.
Antes mesmo da votação, os manifestantes, apoiados por órgãos sindicais, protestavam contra os vereadores favoráveis a propositura do Executivo. Na plateia, cartazes com os dizeres “tchutchuca de prefeito”, “sub emprego” e “quem tem irmão tem tudo” mostravam a indignação dos presentes.
As cobranças e os aplausos àqueles que queriam barrar o projeto foi motivo da suspensão da sessão por 10 minutos. Na retomada, as manifestações continuaram e fizeram com que o presidente Clayton Bispo (PP) interrompesse a reunião ordinária em várias oportunidades.
O “projeto da terceirização”, como ficou conhecido, vai levar Salto ao colapso, segundo o vereador Chell. “Vai engessar a fiscalização, a transparência e a democracia na escolha de uma Educação de qualidade. Esse projeto vai levar Salto ao colapso, assim como fizeram com a transferência de dividas ao Saae”, afirmou.
Dra. Grazi criticou o prefeito Geraldo Garcia (PP) por terceirizar os serviços públicos. “Se não conseguimos administrar uma cidade para crianças, como vai administrar uma cidade? Isso se chama incompetência de gestão. Estamos provando que somos incompetentes”. Além de Chell e Grazi, também foram contrários ao projeto os vereadores Antonio Moreira (PL) e Arildo Guadagnini (Democracia Cristã).
O restante apoiou o projeto. Para o líder do Governo, Henrique Balseiros (PL), a gestão da Educação por organizações sociais pode agilizar alguns processos. “Na creche do Laguna, por exemplo, é necessária urgência para a abertura e um dos caminhos mais rápidos é esse modelo”, disse o vereador, citando outras cidades que são referências em Educação no país que também adotaram o modelo, como é o caso de Crato (CE).
Com a aprovação do projeto, o público novamente voltou a se manifestar com o grito de “vergonha”. Diante das inúmeras interrupções, a sessão foi encerrada pelo presidente da Câmara de Salto com base no artigo 280 do Regimento Interno.