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A arte de mentir

Já dizia o Dr. House: “As pessoas mentem, algumas muito mais e melhor do que as outras”.
Por isso, é normal desconfiar das histórias absurdas de amigos ou acreditar que o seu colega de trabalho pode ser um psicopata.
Mas não há motivo para paranoia.
A revista Scientific American mencionou recentemente o trabalho de uma equipe de pesquisadores liderados pelo psicólogo Aldert Vrij, da Universidade de Portsmouth, na Inglaterra, que listou características para ajudar a identificá-los.
Normalmente, os mentirosos são manipuladores.
Eles mentem frequentemente e não têm escrúpulos morais -por isso sentem menos culpa. Eles também não têm medo de que as pessoas desconfiem e não precisam de muito esforço cognitivo para fazer isso. A coisa meio que acontece naturalmente.
Outras características marcantes, que são comuns nas pessoas que faltam com a verdade, é que normalmente elas diminuem muito as gesticulações.
As mãos ficam grudadas às pernas, nos bolsos ou colocadas para trás, segundo os especialistas. Os movimentos são escassos e controlados. O motivo para essa paralisia é inconsciente, sem saber, a pessoa acredita que, quanto mais imóvel estiver, mais facilmente passará despercebida do olhar atento do seu interlocutor. Ela também tenta reduzir sua linguagem corporal para não deixar que seus gestos acabem por contradizer sua fala.
Ariano Suassuna dizia que tinha uma simpatia muito grande pelos mentirosos. Ele não gostava do mentiroso que mente para prejudicar os outros.
Ele gostava do mentiroso que mente por amor à arte, como os escritores, por exemplo. Quando eles não se sentem satisfeitos com o real, criam outro universo.
Suassuna contava sempre a história que lá no Recife tinha um mentiroso que ele cultivava, porque, vocês vejam a coisa maravilhosa que ele contava…
O pai dele era o maior produtor de mel de abelhas do Estado de Pernambuco, porque ele conseguiu fazer um místico de abelha com vagalume e os mestiços trabalhavam de dia e de noite à luz das velas.
Maravilha né, mas não existe não.
Como devia existir, ele inventa, não é?

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