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A gestão contra o tempo

O prefeito de Salto, Laerte Sonsin Júnior (PL), sempre foi um otimista em relação a si e à sua equipe desde que chegou ao comando da Prefeitura, na eleição de 2020. Esse comportamento não é novidade em se tratando de políticos. A totalidade deles se ocupa em ignorar o negativo dos fatos e em ressaltar as suas realizações, dando a elas uma dimensão que nem sempre têm.
Mas no caso do chefe do Executivo a visão positiva vai além dos parâmetros tradicionalmente utilizados pelos políticos. Prova disso é que com apenas três meses de governo, ele se deu uma nota nove em uma escala de zero a dez. Com um ano no posto, essa nota subiu para nove e meio. Não deveria ser assim, posto que todos sabem que o primeiro ano é um período de aprendizado.
Ao longo desses três primeiros anos foi exatamente isto o que aconteceu. O prefeito apanhou principalmente com as licitações, que ou não saíram ou demoraram muito para sair. E essa dificuldade causou uma série de outros problemas com a manutenção da cidade e com investimentos que eram necessários e tiveram de ser protelados em prejuízo das expectativas da população.
Agora, na entrevista tradicional de balanço do ano que Laerte concedeu ao PRIMEIRAFEIRA, cuja segunda parte está sendo publicada nesta edição, o prefeito foi ainda mais longe. Para ele, o próximo ano será aquele em que todos os grandes problemas do município terão solução. Ele ainda afirma que já não existe problema de falta de água no município para 90% da população.
O otimismo antes exacerbado era fruto da confiança que ele tinha e tem em si e na sua equipe, o que é questionável. Três anos depois ele se baseia na entrega de obras em diversas áreas. Serão equipamentos turísticos, prédios públicos, a clínica do Nações, o Cras do Jardim Marília, as creches do Fabbri e do Laguna, estas, para ele, deverão zerar o problema da falta de vagas.
Compreende-se a ânsia do prefeito em valorizar tudo o que acredita que fará no último ano. Zerar falta de vagas em creche, impedir que falte água nas torneiras e a retomada da Zona Azul são três grandes feitos. Mas o tempo é o grande inimigo do prefeito agora: dará para fazer tudo e, se não der, como se explicar? Ele terá de fazer dar, pois será um ano eleitoral e isto será tudo o que terá.

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