Cidades

Interligadas

A masculinidade tóxica

Moradores de Salto ficaram estarrecidos com a atitude do influencer Thiago Schutz, nascido na cidade, que ganhou destaque negativo nas redes sociais depois de ameaçar a atriz Livia La Gatto, em uma referência a um vídeo no qual ela satiriza o discurso de ódio contra a mulher, que ele protagoniza, conforme o PRIMEIRAFEIRA reportou.

E não é para menos que esse estarrecimento ocorra. Afinal, o número de casos de violência contra a mulher tem aumentado significativamente nos últimos anos. Nesta semana do Dia Internacional da Mulher, o Monitor da Violência apontou que houve uma morte de mulher a cada seis horas no ano passado no Brasil.

O Monitor da Violência é uma parceria entre o G1, da TV Globo; o Núcleo de Estudos da Violência, da USP; e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública e estuda os comportamentos violentos como o feminicídio, que é o crime praticado contra a mulher pelo fato de ela ser mulher e que foi tipificado pela Lei Federal 13.104/15.

Diante desses números alarmantes, é necessário refletir sobre as origens dessa violência gratuita e desnecessária e agir contra ela. A raiz é o homem que impõe uma masculinidade tóxica nos relacionamentos. Depois não consegue se desvencilhar dela. Passa então a agredir e a desconsiderar a mulher como ser humano.

Mas é preciso dizer que esse homem, que se define pelo sentimento de posse que carrega sobre a mulher, pela dificuldade de aceitar a liberdade de escolha da mulher e pela objetificação da mulher, não nasceu assim e sim foi formado dessa maneira por uma sociedade machista, por comportamentos incentivados e por falta de punição.

Para mudar esse conceito junto a esse tipo de homem que desenvolveu um olhar ruim para a mulher porque aprendeu que o seu papel de homem é mais importante que o da mulher e porque aprendeu que ela é inferior e, portanto, deve ser submissa a ele, é necessário reeducar e coibir com rigor os abusos de quem não aprende.

Mas não só: é fundamental também que haja uma preocupação em dar sobrevida às mulheres vítimas da sociedade machista e da masculinidade tóxica. A criação de abrigos para aquelas que não têm para onde ir é um caminho. A modernização da legislação é outro. Enfim, é imperioso mudar, melhorar e crescer nessa área.

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