A titular da Cadeira 28 da Academia Saltense de Letras, Raquel Ferraro, que aniversariou na segunda-feira (8), prepara um livro para contar as suas memórias e deixar registrada a sua trajetória de vida, que foi marcada por contribuições para a cultura e a literatura e por uma paixão inabalável pelas artes em geral.
Após se aposentar, ela esperava se dedicar plenamente à literatura, mas não tem conseguido. Por enquanto então trabalha na busca dessas memórias guiada por uma narrativa, repleta de nuances, emoções e reflexões tentando moldá-las em palavras. A sua persistência é uma jornada que ecoa os passos de seu avô materno, um prolífico contador de contos autobiográficos.
Raquel promoveu ao longo da vida e ainda promove uma busca incansável pelo entendimento das dores sociais, especialmente nas pautas antirracistas e feministas, demonstrando não apenas uma preocupação com a erudição, mas também com o compromisso em transformar a sociedade por meio da palavra escrita, sobretudo porque o Brasil tem apenas 16% da sua população adulta se dedicando à leitura atualmente, segundo pesquisas.
Ela bebe na fonte de obras como “O Pacto da Branquitude”, de Cida Bueno, e convida o leitor por meio desse conhecimento a uma reflexão profunda sobre as estruturas sociais e suas implicações, destacando a importância de reconhecer os privilégios e de buscar a equidade em uma sociedade ainda permeada por desigualdades.