Aceitar e entender que ciclos se encerram é uma das grandes dificuldades que o ser humano enfrenta ao longo da vida, mas é algo necessário, que se precisa aprender a lidar e a aceitar para seguir em frente. Encerramentos de ciclos podem acontecer em diferentes situações da vida, como o fim de um trabalho, o encerramento da faculdade, as mudanças na rotina ou o término de um relacionamento, por exemplo.
Até mesmo situações mais complexas, como o encerramento da edição impressa do jornal PRIMEIRAFEIRA, que ocorre nesta semana, acontecem em algum momento. Foram 35 anos de publicações vendidas em banca, depois entregues em condomínios e pontos de maior circulação. “Os mais saudosistas lamentaram o encerramento, mas é o fim de um ciclo”, comenta Eloy de Oliveira, editor responsável pela publicação.
A psicóloga clínica Ruth Karoline Martins explica que o encerramento de ciclos é um luto e que muitas pessoas ligam o luto apenas à perda de entes queridos, mas o luto, na verdade, envolve tudo o que expressa uma finitude e que muitas vezes as pessoas têm a falsa ideia de que terão o controle das coisas e, por isso, o fim é algo que pode ser muito doloroso.
Encerramentos de ciclos afetam as pessoas quando acontecem com algo que elas estão acostumadas, como um trabalho, alguma atividade que é feita diariamente e que precisa deixar de realizá-la, por exemplo. Segundo a psicóloga, como envolve sentimentos, apego e muitas vezes tira a pessoa da zona de conforto e a deixa com incerteza sobre o futuro, é algo difícil de se aceitar.
“É importante saber que todas as pessoas passam por isso e compreender que tudo na vida tem começo, meio e fim. É necessário encerrar ciclos e reconhecer quando algo já se encerrou, que não nos cabe mais”, aconselha Karoline. Além disso, se perceber que a situação está muito difícil e que não consegue sozinho é importante buscar a ajuda de um psicólogo.
Outra dica da profissional é deixar ir e se permitir viver a tristeza quando um ciclo se encerra. Viver a tristeza desse momento e depois analisar o que teve de aprendizado com aquela situação. “É importante fazer o que nos faz bem, criar objetivos e metas, se redirecionar e se adaptar ao novo, que pode trazer infinitas possibilidades, sejam elas pessoais ou profissionais’”, finaliza.
