Grupo de Brasília, que se apresentou em Salto, se viu em uma encruzilhada durante a pandemia; sem shows, encontrou saída nas lives e acabou ganhando mais espaço do que imaginava
A banda Rock Beats, que possui 18 anos de estrada, se apresentou em Salto no dia 3 de fevereiro e conversou com a reportagem do PRIMEIRAFEIRA, oportunidade em que contou como ganhou visibilidade com lives no Youtube durante a pandemia. A banda é de Brasília e é formada pela vocalista Daniela Firme, o baixista Alexandre Makaha, o guitarrista Bruno Albuquerque e o baterista Bruno Duarte.
Daniela Firme disse que sempre amou música e desde sempre ouvia muito rádio e discos dos seus pais e irmãos e aprendia a cantar todas as músicas. Com nove anos, ela ganhou um atabaque de sua mãe e o levava para todo lugar, até que depois o trocou por um pandeiro e aos 14 anos, por influência de uma amiga começou a tocar violão. Daniela entrou na sua primeira banda aos 17 para tocar baixo e nunca mais deixou o mundo da música.
Assim como Daniela, o guitarrista Bruno Albuquerque sempre teve a música presente em sua música e começou a tocar piano quando criança. Já Alexandre Makaha considera que seu contato com a música foi tarde, já que aprendeu alguns acordes de violão com amigos aos 16 anos e só depois começou a tocar baixo.
Os primeiros integrantes a se conhecerem foram Alexandre e Daniela, no Porão do Rock, em Brasília; em 2009, o baixista entrou para a banda. Em 2012, foi a vez do guitarrista Bruno Albuquerque entrar para o grupo e, Bruno Duarte, foi o último a fazer parte, já no início de 2023.
Em relação ao nome da banda, Alexandre Makaha contou que tiveram problemas com um nome anterior e se decidiram pelo novo nome em 2018. “A ideia era que o nome mostrasse as duas linguagens que mais usamos no nosso som: o rock, com o peso das guitarras, e os “beats”, ou seja, os grooves do baixo e bateria. Eu acho particularmente o nome Rock Beats muito mais a nossa cara”, contou.
Visibilidade se tornou expressiva a partir de 2020
A banda Rock Beats começou a ter mais visibilidade em 2020, durante a pandemia, através de lives em seu canal no Youtube e os seus integrantes ressaltam que a internet é a sua maior vitrine, pois fez com que eles chegassem em cidades do interior e até mesmo em outros países. “As lives nos salvaram. Foi o único caminho para manter a banda. Tivemos medo e incerteza, mas fazer lives acabou trazendo um reconhecimento em nível nacional e internacional também”, ressaltou Alexandre.
Daniela contou que fizeram um esforço em conjunto com os parceiros que formaram ao longo da carreira para viabilizarem estrutura e conseguiram custear as despesas das lives, com o apoio dos fãs, que contribuíam com Pix. “Era uma insegurança enorme, começamos as lives com um boleto enorme para pagar e rezávamos para conseguir ultrapassar esse valor. Em algumas vezes, tivemos prejuízo, mas na maioria das vezes conseguimos manter uma equipe enorme trabalhando dessa maneira. Foi muita ralação, repertórios e temas nossos de 15 em 15 dias, cenários diferentes, uma loucura (…) No final, valeu a pena, pois estamos aqui”.
Momentos marcantes ainda emocionam os integrantes
O guitarrista Bruno Albuquerque destacou diversos momentos marcantes na trajetória da banda. “Eu citaria a primeira vez que abrimos show de uma banda grande (com o Capital Inicial, em 2017), os dois programas especiais que fizemos com a TV Globo Brasília em 2021 e 2022 (com duração de meia hora o primeiro e uma hora o segundo), as participações no Capital Moto Week em 2022 e 2023 (para públicos de 40 mil pessoas em um ano e 80 mil pessoas no outro), a participação como finalista do prêmio Multishow em 2023 e a consequente participação no programa “Altas Horas”, no mesmo ano”, lembrou.
Já Alexandre Makaha diz que vários momentos foram marcantes, mas para ele, o destaque foi o primeiro show pós-pandemia no Sesi Minas, em Belo Horizonte. Ele contou que se emocionou diversas vezes durante o show.
Em relação a músicas marcantes, os integrantes destacaram “Tempos Modernos”, de Lulu Santos, já que foi a primeira versão que eles gravaram durante a pandemia. “We Are The Champions”, do Queen, também marcou muito, pois, sempre antes de tocarmos essa música nos shows, lembramos às pessoas o quanto somos vencedores por estarmos vivos e termos passado por um momento tão difícil como a pandemia”, destacaram.
Como as lives ajudaram a banda a criar mais visibilidade, os integrantes pretendem voltar a realizá-las e querem entrar em grandes festivais, como o Rock In Rio, conta Alexandre. Além disso, Daniela conta que eles têm várias músicas novas para lançar, começando pelo single “Dinamite”, que sai ainda no primeiro semestre deste ano.