Autarquia descarta racionamento por enquanto, mas admite já ter o esquema pronto para entrar em operação; prefeito afirma que novos reservatórios vão resolver o problema definitivamente
Os últimos dias têm sido marcados por temperaturas altas e, por isso, o consumo de água aumentou consideravelmente na cidade. Nem mesmo a chuva registrada no final da tarde e início da noite de quarta-feira (27) minimizou o problema. Só para se ter uma ideia, o reservatório do Santa Cruz, que normalmente distribui água por 20 horas seguidas, passou a ter a sua capacidade encerrada com oito a nove horas apenas nesses últimos dias. Em números gerais, o consumo subiu de 826.700 m3 em junho para 864.234 m3 em agosto. Setembro ainda não teve os números finais, mas teve alta maior.
Apesar desse cenário, não há previsão de ser implantado o racionamento de água na cidade neste momento. O Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) esclareceu que possui um esquema pré-montado, mas que ele não será implantado já, pois os mananciais da cidade estão com bons níveis e a vazão de tratamento das ETAs Bela Vista e João Jabour estão dentro da normalidade.
Em nota, o Saae informa que a autarquia e a Prefeitura estão trabalhando juntos para solucionar boa parte desse problema com a construção de seis novos reservatórios e de uma nova ETA, a Pedra Branca, na cidade, projetos que já estão prontos e com o financiamento aprovado para iniciar as obras.
O prefeito Laerte Sonsin Jr. (PL) postou um vídeo em suas redes sociais falando sobre a construção desses novos reservatórios e afirmou que esse problema da falta de água vivido pelos moradores hoje será resolvido em definitivo com a instalação dos novos reservatórios. O prefeito também ressaltou que determinou ao Saae que forneça caminhões-pipas quando necessário e que os cidadãos que precisarem devem entrar em contato com a autarquia.
Segundo o Saae, em virtude do aumento de consumo e da falta de planejamento e de investimento que existiu na infraestrutura de saneamento de Salto no passado, hoje é necessário fechar, quando preciso, alguns reservatórios da cidade para que recuperem os níveis e consigam retornar o abastecimento. A autarquia informou que os 40 reservatórios da cidade têm os seus níveis monitorados 24 horas por dia e diversas manobras são realizadas para que eles consigam fornecer água à população o maior tempo possível.
O Saae explicou ao PRIMEIRAFEIRA que é normal que os níveis dos reservatórios oscilem ao longo dia, dependendo do horário e dos picos de consumo e que, quando eles esvaziam demais e atingem 10% ou menos que isso da sua capacidade, é necessário que sejam fechados para que as bombas e equipamentos não sofram danos. Além disso, a autarquia esclareceu que quando os níveis dos reservatórios estão baixos a distribuição da água é prejudicada e locais mais altos acabam recebendo água com menos pressão.