Representantes da Câmara Técnica Rio Tietê devem se reunir no dia 31 de janeiro, em Salto, para discutir sobre a construção da Pequena Central Hidrelétrica (PCH) no Parque de Lavras. O projeto foi apresentado por uma empresa de Minas Gerais e, segundo a Câmara Técnica pode comprometer a estrutura do parque.
“Caso (o projeto seja) aprovado pelas nossas autoridades, Salto vai sofrer um desastre que vai alcançar vários setores fundamentais da nossa cidade, como Cultura, Lazer e Turismo. É válido mencionar que esse parque é um valioso Patrimônio Histórico-cultural, não só para Salto, mas para todo o Estado de São Paulo”, explicou Ismar Ferrari, integrante da Câmara Técnica e presidente do Inevat (Instituto de Estudos Vale do Tietê).
Segundo a empresa responsável pelo projeto da PCH, ela terá uma barragem de 531 metros, casa de força com duplos geradores e será instalado um detetor de detritos na entrada do canal de adução. Toda estrutura turística do parque será restaurada e preservada
História
O Parque de Lavras abrigou a primeira usina hidrelétrica instalada no Rio Tietê, em 1904, quando a então Vila de Salto tinha pouco mais de 1000 habitantes. O Museu da Cidade de Salto atribuiu ao local da antiga Usina das Lavras a classe de Marco de Extensão do Museu, conforme o conceito de museu percurso definido no projeto dos consultores Júlio Abe e a Eloísa Barbuy, professora da USP.
O Museu da Energia da Usina das Lavras ainda guarda importantes objetos, documentos históricos e fotos das instalações. Ela foi fechada no início da década de 1990, após a construção da Usina Hidrelétrica de Porto Góes.
Em 2020 a Prefeitura de Salto, sob a gestão de Geraldo Garcia, iniciou o processo de concessão do parque, que ocorreu no ano seguinte. Na época, a promessa era de investimento de R$ 40 milhões no local, com geração de 220 empregos diretos e 120 indiretos.