O número de casos de dengue disparou em Salto nos últimos dois meses. Depois de registrar 139 ocorrências entre janeiro, fevereiro e março, as contaminações saltaram em 707 entre abril e maio, elevando o total de doentes para 846. Esse número já é superior ao total de todo o ano passado em 24,1%, quando foram 605 registros.
Mesmo na comparação dos três primeiros meses deste ano com o mesmo período do ano passado, quando o número de casos era menor, já se observa uma elevação desproporcional e que levaria a uma explosão: em janeiro, fevereiro e março de 2022 foram 40 casos. No mesmo período deste ano foram 139, ou seja, 247,5% mais.
O bairro que mais preocupa é o São Pedro e São Paulo, que registrou sozinho quase metade do número total desde o início do ano, com 315 casos. O bairro vizinho, Salto de São José, é o segundo com mais registros, somando 87 casos da doença. Em terceiro lugar está o Jardim das Nações com 44 casos.
O Departamento de Vigilância Epidemiológica da Prefeitura informou que, apesar do aumento de casos, nenhuma morte foi registrada neste ano e que estão sendo realizadas ações buscando acabar com os focos do mosquito transmissor Aedes aegypti.
Entre essas ações estão a busca ativa dos focos de mosquitos nas residências, nebulização, comunicação sonora (carro de som), divulgação na internet e redes sociais, faixa de comunicação itinerante, ações em conjunto com o Saae para emitir avisos nas contas de água, além de cartazes e estudo de outras estratégias, como palestras nas escolas municipais e estaduais.
A Saúde também reforçou a equipe de agentes de endemias com a contratação e treinamento de mais servidores a partir de outubro de 2022, conseguindo atender grande parte dos bairros onde a doença ocorre.
O Departamento de Vigilância realizou na última semana o trabalho de nebulização na região dos bairros Jardim Donalísio e Jardim Santa Lúcia. Entretanto, ainda não há um local definido para o próximo trabalho de nebulização.
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou no início do mês de março a vacina “Qdenga” contra a dengue. Ela será destinada a crianças a partir de 4 anos e adolescentes e adultos com até 60 anos, independente de terem ou não contraído dengue. A vacina será feita em um esquema de duas doses, com intervalos de três meses. Entretanto, ainda não há uma definição se a vacina será oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS), pois isso depende de verba e do potencial de pessoas expostas ao vírus no país.