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Chuva forte, vendavais, calor extremo, destruições. Será que o mundo vai acabar?

Na onda da ansiedade criada pelas mudanças climáticas, psicóloga orienta sobre como lidar com essa transformação

O mundo vai acabar e todos nós vamos ser extintos.
Esta é uma frase que tem permeado o imaginário popular nos últimos tempos por conta das mudanças climáticas.
Os psicólogos viram seus consultórios encherem de pacientes com medo, alguns com receios mais catastróficos ainda por envolverem sofrimentos extremos da raça humana.
Para a psicóloga, pós-graduada em Terapia Cognitivo Comportamental e em Medicina Psicossomática, Ana Flávia de Campos Lima, é normal se sentir preocupado com as mudanças climáticas e com medo. “Não podemos ignorar o que acontece no planeta, mas a preocupação excessiva pode ser um problema”.
Até porque as diversas mudanças climáticas registradas no Brasil e em todo o mundo, com fortes chuvas, vendavais, calor extremo e destruições, vão ser cada vez mais frequentes no dia a dia geral.
O que a profissional recomenda é que se trate o medo, a ansiedade e a insegurança gerados pelo clima, assim como os desastres ambientais que podem acontecer, destruições e perdas, como algo que tem estágios e que não se trata do fim de tudo pela força dos impactos nem pelo rastro de destruição deixados.
Em função desse problema, em 2017 a American Psychology Association publicou o termo “eco-ansiedade” e o descreveu como “medo crônico de sofrer um cataclismo ambiental, o qual ocorre ao observar o impacto, aparentemente irrevogável, das mudanças climáticas gerando uma preocupação associada ao futuro de si mesmo e das gerações futuras”.
A psicóloga alerta que, embora não seja considerado um distúrbio mental, a “eco-ansiedade” pode causar impactos significativos na saúde das pessoas e precisa ser tratada.
Diante das mudanças climáticas que o mundo está enfrentando e que muitas vezes podem causar prejuízos financeiros também, através de chuvas fortes e ventanias, avarias em casas e veículos, por exemplo, é preciso realizar algumas ações que podem ajudar a manter a calma e não deixar o medo e a ansiedade tomarem conta.
Dentre essas ações estão ter uma alimentação saudável, fazer exercícios físicos com regularidade, ter contato com a natureza, manter uma vida social ativa e buscar sempre dormir bem.
Além disso, Ana Flávia ressalta que, se essas preocupações estiverem intensas e frequentes, é importante procurar ajuda de um psicólogo clínico, pois a Terapia Cognitivo Comportamental reduz os sintomas de ansiedade e depressão e melhora a saúde mental.
“Preocupar-se com o futuro é importante para que possamos tomar atitudes concretas que melhorem o mundo, mas em primeiro lugar cuide de você mesmo”, aconselha a psicóloga.

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