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Com emoção e tributo à memória dos falecidos, Academia encerra a Semana Cultural Ettore Liberalesso no Dia do Jornalista

Com um discurso carregado de emoção e de palavras cuidadosamente entrelaçadas para mostrar a importância, a saudade e o legado dos falecidos, a presidente da Academia Saltense de Letras, Anita Liberalesso Neri, encerrou, na manhã de domingo (7), Dia do Jornalista, no Cemitério da Saudade, a 7ª edição da Semana Cultural Ettore Liberalesso, que reverencia a memória de Ettore, escritor, historiador e jornalista em Salto.
Ao realizar o evento no Dia do Jornalista, a Academia Saltense de Letras procurou não apenas honrar a memória de um dos seus fundadores e dos demais acadêmicos falecidos, mas também celebrar a força da palavra escrita, a beleza da expressão humana e o poder eterno das histórias. Em um mundo cada vez mais efêmero, a cerimônia lembrou a todos que, enquanto houver quem lembre e conte, ninguém realmente se vai deste mundo.
A 7ª edição da Semana Cultural Ettore Liberalesso começou com um debate na quinta-feira (4), na Sala Paulo Freire, entre as escritoras e acadêmicas Mércia Falcini, Marilena Matiuzzi, Cynara Lenzi Veronezzi, Katia Auvray e Anna Osta. O encontro foi mediado pela jornalista Jéssica Balbino, que é mestre em Comunicação pela Unicamp, curadora de eventos literários, editora do blog Margens e colunista do jornal O Estado de Minas. O debate pode ser conferido no link: https://www.youtube.com/watch?v=nvPIxdFu1Jc.
Na sexta-feira (5), foi a vez da escritora angolana Dulce Braga mostrar em uma palestra, na Sala Verdi, que a influência da África sobre o Brasil vai muito além do que se imagina. Falando sobre o tema “Cadê o Brasil Africano?”, ela disse que grande parte da influência da África no Brasil vem dos africanos escravizados que foram trazidos ao país. “Mais de 50% do legado que deixaram aqui até hoje é utilizado pelos brasileiros e é por isso que somos uma nação muito africana”, disse a escritora.
A noite de sexta-feira foi aberta com um espetáculo de dança voltado para o enaltecimento dos negros no Brasil. “Banzo”, idealizado e dirigido por Arilton Assunção, diretor do grupo Faces Ocultas Companhia de Dança, que interpretou a apresentação, falou de saudade, um sentimento que permeia todas as histórias.
Assunção preparou cenas em pas-de-deux, que são duetos, para mostrar os rituais de saudade. “Mostramos solos, memórias e saudade, dispostos por meio da mãe e do filho, da mulher e do marido e do irmão e da irmã”, disse. Para encerrar, foram mostrados um grande amigo e a cidade natal de onde ele foi retirado.
No sábado (6), a professora Ana Carolina Liberalesso Agnolini Wigg, mestre em Linguística Aplicada pela Unicamp, encantou a plateia com a palestra “Mulheres que inspiram: a literatura delas para elas”, ao mergulhar no legado da escritora Carolina Maria de Jesus, autora do best-seller “Quarto de Despejo, Diário de uma favelada”, que entrou para a lista dos livros obrigatórios para o vestibular da Unicamp em 2019.
“Carolina Maria de Jesus é uma inspiração para mim por sua trajetória de vida, sua dedicação à escrita e sua capacidade de transformar suas experiências em literatura”, ressaltou a palestrante logo na abertura. Mesmo tendo estudado só até a 2ª série do Ensino Fundamental, a escritora mudou a sua história de vida com a escrita e seu livro, lançado em 1960, que vendeu 100 mil cópias, batendo “Gabriela, Cravo e Canela”, de Jorge Amado.

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