O setor de Zoonoses e Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde da Prefeitura de Salto informou em nota ao PRIMEIRAFEIRA, nesta semana, que ainda não vê necessidade de utilizar a lei municipal n° 3.155/2013, que permite o ingresso forçado em locais cujo proprietário não receba os agentes de controle de doenças endêmicas para conter o avanço da dengue na cidade.
Apesar de o número de casos da doença quase ter triplicado nos seis primeiros meses do ano e, segundo informação da própria Prefeitura, 40% dos moradores não permitirem ou viabilizarem o acesso dos agentes aos seus imóveis, o setor de Zoonoses prefere insistir nas visitas aos locais onde ocorre a recusa ou a dificuldade de acesso até que encontre dias e horários nos quais consiga realizar o trabalho no interior dos imóveis.
O número de casos de dengue na cidade nos primeiros meses do ano chegou a 1.727, considerado até a terça-feira (11), o que corresponde a quase o triplo do registrado em todo o ano passado, quando o total de ocorrências foi de 605. O mês com maior número de casos foi abril, que teve um total de 582 ocorrências.
O bairro com maior número de casos registrados neste ano é o São Pedro e São Paulo, que conta até o momento com 394 registros. Ele é seguido pelo Salto de São José com 152; Jardim das Nações com 126; Santa Cruz com 76; e o Centro com 43.
Para o setor de Zoonoses e Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde, em casos graves, onde a recusa ou a dificuldade de acesso ao imóvel permaneça mesmo com a insistência dos agentes, o ingresso forçado poderá ser adotado, principalmente em áreas com maior concentração de ocorrências ou onde haja suspeita efetiva de focos.
De acordo com o setor, é preciso ressaltar que entre os 40% de moradores que não recebem os agentes de controle estão também os que não são encontrados e não só os que não permitem a entrada. Nesse caso, os agentes deixam recados para que o morador entre em contato e informe qual é o melhor dia e horário para uma nova visita. Mesmo sem o retorno dos moradores, os agentes retornam aos locais e tentam encontrar os residentes em algum momento.
A Secretaria de Saúde reforça que toda a população deve fazer a sua parte e colaborar diariamente com o combate à doença.
Na lista do setor de Zoonoses e Vigilância Epidemiológica, as principais medidas a serem tomadas são: não deixar água parada, destinar de maneira correta os lixos e resíduos, cobrir caixas d’água, utilizar areia nos vasos de plantas, deixar garrafas e outros recipientes de cabeça para baixo, retirar água dos pneus e deixar reservado em ambientes protegidos.