Psicóloga ouvida pelo PRIMEIRAFEIRA destaca a importância que a figura paterna tem na formação dos filhos e dá dicas sobre como resolver quando essa presença não é possível
Com a chegada do Dia dos Pais, comemorado neste domingo (13), uma questão que sempre se coloca é o que faz quem não tem o pai.
A psicóloga clínica comportamental Kátia Guazzi, ouvida pelo PRIMEIRAFEIRA, relata que a figura paterna é muito importante na formação dos filhos. Ela reconhece que o país vive hoje uma realidade que já se tornou cotidiana de mães solo, mas diz que é impossível essas mães ocuparem os dois lugares.
“A ausência da figura paterna pode ocasionar um desequilíbrio e diversos problemas na formação da criança, como baixa autoestima e medos, gerando uma falta de confiança em si”, explica a psicóloga. A criança lida com seus processos de maneira individual, assim como os adultos, e para ajudar nesse processo da falta do pai, é importante levar as crianças a um psicólogo, que as ajudarão a passar por esse processo. Além disso, esse profissional irá orientar as mães sobre a melhor forma de conduzir essa situação.
Kátia Guazzi afirma que é fundamental sempre falar a verdade para as crianças de maneira adequada para a idade delas. Muitas mães tentam reduzir a importância da presença do pai para evitar essa demanda, mas a psicóloga diz que isto prejudica a formação.
Como sempre vai haver situações, não só a das mães solo, cujo pai não assume o filho ou foi embora, como das famílias formadas por duas mães e pais que morreram, é necessário trabalhar a questão para que ela não prejudique a criança na sua formação.
Outra situação que se tornou comum em muitas famílias, com a nova realidade de trabalho e emprego, é a mãe trabalhar fora e o pai ficar em casa cuidando dos filhos. Kátia Guazzi destaca que o diálogo entre o casal é muito importante para que eles definam suas funções rotineiras e sempre conversarem com os filhos sobre suas decisões. “O importante é os pais conseguirem resolver todas as situações sem conflitos, para que os filhos a encarem com naturalidade e isto não cause um desequilíbrio no ambiente familiar”.
Para a psicóloga, é inegável a importância da participação dos pais na criação e educação dos filhos e o quanto ser um pai presente influencia positivamente em todas as fases da vida do filho. Ela afirma que um bom relacionamento e interação dos pais com os filhos ajuda no desenvolvimento cognitivo e emocional das crianças e garante que ela apresente uma segurança emocional, se tornando mais confiante e independente na adolescência e na vida adulta.
A psicóloga também explica que é importante que os pais sejam presentes não somente em brincadeiras e conversas, mas que tenham uma participação ativa em todas as atividades dos filhos, como dar apoio nas primeiras decepções, frustrações, derrotas e até términos de relacionamentos. “Quando o pai não possui muito tempo para passar com os filhos, é importante ter diálogo e buscar, sempre que possível, participar e demonstrar interesse nas atividades”.