O empresário Nelson Wilians foi citado no inquérito da Polícia Federal que investiga a fraude contra aposentados do INSS, como possível responsável por movimentação de R$ 4,3 bilhões em operações suspeitas em um relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
O nome de Willians é bastante conhecido em Salto, já que a contratação de seu escritório, em 2011, pelo então prefeito Geraldo Garcia, foi apontada como irregular pelo Tribunal de Justiça de São Paulo e condenou o prefeito com a perda de mandato, detenção e pagamento de multa. Em 2022, o Superior Tribunal de Justiça absolveu o ex-prefeito do crime de contratação direta ilegal.
Geraldo Garcia homologou um procedimento de inexigibilidade de licitação para contratação do escritório de advocacia Nelson Willians & Advogados Associados. Os serviços advocatícios seriam usados noajuizamento de ações para recuperação de contribuiçõesprevidenciárias incidentes sobre verbas indenizatórias.
Apesar da absolvição criminal do ex-prefeito, os impactos financeiros decorrentes da contratação sem licitação permanecem significativos para o município de Salto. A contratação custou cerca de R$ 2,5 milhões aos cofres públicos. O município procedeu as compensações tributárias de cerca de R$ 12 milhões, mas geraram autuações fiscais que exigirão mais R$ 18 milhões dos cofres públicos.
Quem é Nelson Wilians e qual sua ligação com a fraude do INSS
O advogado Nelson Wilianstem mais de 1,4 milhão de seguidores nas redes sociais e expõe sua vida de ostentação, com viagens, carros de luxo e jantares na mansão em que vive na capital paulista. Além disso, ele mantém uma adega com 4,5 mil vinhos e ficou conhecido por representar a viúva de Gugu Liberato, Rose Miriam diMatteo, e das herdeiras do Bradesco.
Seu escritório é considerado o maior de advocacia fullservice do país em número de advogados, com 1,1 mil advogados e mais de 16 mil clientes ativos e teria mais de 450 mil processos em andamento em todas as comarcas do país.
Segundo o relatório do Coaf, as movimentações ocorridas entre 2019 e 2024 para o empresário Maurício Camisotti, outro investigado no escândalo do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS),foram consideradas suspeitas.
O escândalo do INSS registrou descontos indevidos em salários de aposentados. A Polícia Federal afirmou que associações que oferecem serviços a aposentados cadastravam pessoas sem autorização, com assinaturas falsas, para descontar mensalidades dos benefícios pagos pelo INSS.