O secretário de Turismo da Prefeitura de Salto, Wanderley Rigolin, disse aos vereadores nesta semana que o Memorial do Rio Tietê continuará fechado pelo menos até 2024. Como não há data certa para a reabertura, isto significa que se completará três anos de interrupção do funcionamento desse importante atrativo turístico.
Esta é uma condição que deveria preocupar a gestão municipal, posto que se trata de um local com boa localização e altamente procurado em função da fama do rio. Abrir mão desse recurso inadvertidamente por conta de uma reforma que não é feita em tanto tempo, não parece ser a atitude mais sensata a se tomar.
O Memorial foi invadido pelas águas das fortes chuvas que assolaram a cidade em 11 de fevereiro de 2020. O temporal causou danos significativos em toda a sua estrutura. Não houve divulgação do valor necessário para a sua recuperação, mas não deve ser pouco. Desde lá, a administração vem protelando a reforma.
Rigolin até explicou as razões para o atraso inadmissível do ponto de vista dos reflexos no turismo da cidade: foi uma questão orçamentária, ou seja, faltou dinheiro no caixa, tendo em vista que a pasta teve de acrescentar algumas providências que encareceram o valor final, obrigando a uma suspensão temporária.
Se faltam recursos no caixa da Prefeitura para essa recuperação, ela deveria ser buscada de outras maneiras. Por ser estância turística, o município recebe verba do governo do Estado para gerir o turismo. Está aí uma boa fonte de recursos alternativos ao orçamento municipal. Até a iniciativa privada poderia ser buscada.
O titular da pasta acena com o fato de que, mesmo sem o atrativo turístico, a cidade experimenta um avanço no setor, atingindo um recorde no número de visitantes. Até domingo (10), foram 234 mil visitantes na cidade, o maior número dos últimos dez anos. Mas isto não significa que não se precise do Memorial do Rio Tietê.
Se bem cuidado e organizado, o local poderia impulsionar as visitações, sobretudo porque escolas, que são grande parte dos visitantes, viriam com mais facilidade para ver o Memorial, assim como tem acontecido com o recém revitalizado Parque Rocha Moutonnée, para onde foram mais de 70 mil turistas em dois meses.