As orientações da Secretaria de Defesa Social da Prefeitura a respeito da utilização das vagas de estacionamento regulamentado da Zona Azul para idosos e pessoas com deficiência, os PCDs, continuam causando confusão. A administração conseguiu tornar uma operação simples em uma das mais difíceis, a começar pelo fato de o secretário falar uma coisa, as guardinhas do Atende Fácil outra e o site da Prefeitura publicar algo ainda mais diferente.
Já se falou, por exemplo, que nas vagas exclusivas, idosos e PCDs podem estacionar por tempo indeterminado, sem a necessidade de acionar o aplicativo, bastando para isto deixar o cartão de idoso ou PCD visível no veículo. Uma idosa, que procurou a redação do PRIMEIRAFEIRA, revelou que foi multada mesmo tendo colocado o cartão de identificação no para-brisa como é recomendado, uma vez que ele não foi visto pela fiscalização que passou atrás do veículo.
Se o idoso e o PCD podem deixar seus carros nas vagas exclusivas por tempo indeterminado e essas vagas estão no perímetro da Zona Azul, o objetivo de ser ter mais circulação de veículos, dando oportunidade a mais gente de estacionar, é frustrado. A regra do estacionamento por duas horas deveria valer para todos, sejam idosos e PCDs ou não, ainda que haja uma lei federal que garanta a esse grupo parar nas vagas exclusivas por tempo indeterminado.
Na semana passada, uma nova orientação para idosos e PCDs voltou a confundir. Eles podem parar em vagas comuns, mas terão de acionar o aplicativo, colocando o item registro de gratuidade, e terão de ficar no máximo duas horas. Se esse grupo já foi obrigado a se cadastrar no Atende Fácil para ter o cartão para as vagas exclusivas e para ter a gratuidade nas vagas comuns, por que é necessário acionar o aplicativo? Não faz sentido algum.
Se a fiscalização de todos os veículos for feita só pelo carro com câmera que tem circulado pela região da Zona Azul, será necessário orientar os idosos e PCDs para que coloquem o cartão de identificação na parte traseira dos veículos. Afinal, a orientação para que ela fosse colocada no para-brisa não vale mais, posto que uma idosa já foi multada por isso, como relatou ao jornal, e devem existir mais casos que ainda não chegaram ao conhecimento da redação.
As autoridades responsáveis por essa área prestariam um bom serviço aos usuários se reorganizassem a questão dos idosos e PCDs, afinal eles representam uma categoria mais vulnerável e que merece uma atenção especial do Poder Público. Até para que o sistema não acabe cometendo injustiças com uns e concedendo benefícios inadequados a outros e que, sobretudo, a Zona Azul funcione dentro dos objetivos para os quais ela foi concebida.
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