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Mãe luta para garantir atendimento à filha portadora da síndrome de Prader-Willi

Lucimaria Santos Carvalho, mãe de uma estudante de 11 anos portadora da síndrome de Prader-Willi (doença genética que causa obesidade, deficiência intelectual e perda de estatura), luta para garantir que a filha receba atendimento na escola.

A menina frequenta o 6º ano em uma escola estadual do Jardim das Nações e precisa da ajuda de uma Auxiliar de Desenvolvimento Infantil para poder acompanhar as aulas e se desenvolver integrada aos demais alunos, mas, como essa auxiliar precisaria ficar exclusivamente para a aluna, a mãe ainda não conseguiu a liberação.

A luta dela é travada por meio de advogado para garantir o direito à inclusão na justiça. Já foram negados dois pedidos. A mãe tenta também colocar a filha na Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (Apae). Segundo ela, a entidade informou que a menina precisa retroceder as séries para o 1º ano para entrar na Apae. A Secretaria de Educação de Estado informou que não é possível retroceder as séries.

A pasta informou em nota ao jornal PRIMEIRAFEIRA que não houve qualquer indicação para que a aluna em questão passasse a ser atendida pela Apae, sendo que essa atende apenas o Ensino Fundamental ou os anos iniciais. Além disso, a Secretaria relatou que a aluna cursou os anos iniciais do ensino fundamental em uma escola municipal e, agora em uma escola estadual, a inclusão da estudante terá de ser feita através da interação com outros estudantes e com atendimento em sala de recurso com professor especializado.

Ao ser questionada sobre a possibilidade de retroceder os anos letivos para que a menina pudesse se matricular no 1° ano na Apae, a Secretaria informou que, além da falta de indicação, seguindo a indicação CEE nº 180/2019, não é permitido realizar a reclassificação com recuo de série, dada a garantia de prosseguimento e continuidade dos estudos. Em relação ao pedido de uma auxiliar exclusivamente para a aluna, a Secretaria disse que o atendimento com professor auxiliar, além de não fazer parte da política de inclusão, ainda pode comprometer as possibilidades de desenvolvimento e autonomia do estudante.

A menina conta hoje com o atendimento de um cuidador na escola para auxiliá-la em atividades de alimentação, locomoção e higiene. Para Lucimaria, essa situação causa revolta por saber que sua filha não sabe nem o próprio nome e os nomes dos pais.

“Tenho um sentimento de revolta por saber que ninguém pode resolver a questão da minha filha. Tentamos lutar em todos os lados, mas um joga para o outro. A Secretaria de Educação diz que tenho que procurar a escola, a escola pede pra procurar um advogado, o advogado pede para irmos à Apae e nisso vamos perdendo mais tempo com ela”, relatou.

A Apae também foi procurada pelo jornal PRIMEIRAFEIRA e informou que a mãe da aluna recebeu as informações devidas na associação e que a escola mantida pela Apae oferece Ensino Fundamental para seus alunos, somente do 1º ao 5º ano. Por esse motivo, segundo a entidade, a mãe foi orientada a procurar pela Delegacia de Ensino para solicitar esclarecimentos e auxílio com a situação da menor, já que, na Apae de Salto, não há possibilidade de matriculá-la no 6º ano do ensino fundamental”, relatou.

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