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Memórias da Vó

O texto dessa semana já foi publicado há alguns anos, o motivo dele sair novamente? Apenas saudades…

Esses dias sonhei com minha avó, falecida ano passado, publico aqui uma parte de suas memórias.

 

Fui tomar um café na casa de uma pessoa muito especial, minha avó materna Irene Cordeiro. Desde pequeno tenho um contato de muito carinho com ela. Minha infância toda e adolescência estive sob os cuidados da vó que com muito amor cuidava de mim enquanto minha mãe trabalhava. Sempre me contou histórias de quando era criança, pessoas que conheceu e curiosidades da família.

Durante o café, Vó Irene pegou a folha de papel em que registrou um trecho de sua memória. Pois é meu caro leitor, hoje o dedinho de prosa é com a autora Vó Irene, uma ituana, neta de indígena, fato que sempre me conta com muito orgulho, narrando sua saudade da época em que estudava. Boa leitura.

Saudades da minha escola. Há setenta anos até os bancos das salas de aula eram diferentes. Era um banco para cada duas alunas com dois tinteiros em cada um. Cada aluna tinha o seu. Na época utilizávamos caneta de pena. Era muito difícil colocar a pena na caneta para não abrir a ponta, pois caso isso acontecesse a letra sairia dupla, letra feia era castigada pela professora.

Eu andava 3 km para chegar na escola. Quando chegava, tinha que formar a fila no galpão para cantar o Hino Nacional com a mão no coração. Depois disso hasteava-se a bandeira antes de entrar na sala de aula.

Tenho saudade das professoras, principalmente minha primeira mestra, Dona Amélinha, que Deus a tenha. Ficava admirada, era muito bonita e muito bem vestida, as unhas sempre bem-feitas com esmalte vermelho combinando com o batom. Ao final da aula, a professora pedia bem baixinho que eu saísse por último, pois tinha algo para me dar. Ela sempre comprava um creme muito gostoso para mim na antiga padaria alemã, na rua Paula Souza em Itu.

Hoje tudo mudou, tudo passa e se renova, ficam as boas lembranças. Tenho saudade das minhas professoras, Dona Amélinha, Dona Zélia e tantas outras que me ensinaram com rigidez e paciência.

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