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Mesmo com o fim da interrupção programada no fornecimento, moradores ainda reclamam de falta de água

A queixa vem de diversos bairros; Saae informa que tem sido obrigado a interromper a operação para recuperar nível de reservatórios devido ao consumo excessivo

Moradores de diferentes bairros reclamaram ao PRIMEIRAFEIRA que, mesmo após a suspensão do fechamento programado do abastecimento, divulgada pelo Serviço Autônomo de Água e Esgoto, o Saae, no dia 23 de novembro, continua faltando água. No fim de semana (dias 2 e 3), em que as temperaturas na cidade ultrapassaram os 30 graus, muitos bairros ficaram sem abastecimento por diversas horas, como foram os casos do Jardim Imperador, Vila Martins e Vila dos Eucaliptos.
No domingo (3), moradores do Jardim Santa Efigênia e Jardim Arco-Íris reclamaram que estavam desde sábado sem receber água; no São Judas a água chegou e acabou no próprio sábado; no Santa Cruz moradores relataram que passaram todo o sábado sem água e que o abastecimento retornou na manhã de domingo, mas foi interrompido no início da tarde.
Quando foi questionado sobre a contradição, o Saae informou ao PRIMEIRAFEIRA que o fechamento programado dos reservatórios permanece suspenso, mas que alguns reservatórios ainda apresentam maior dificuldade de sustentação de nível.
Nesta semana os reservatórios do Santa Cruz e o do Taquaral, que abastecem o Santa Efigênia, Arco-Íris, Imperador e a Vila dos Eucaliptos, respectivamente, ainda estavam passando por essa situação, mas a expectativa do Saae era de estabilizar os níveis desses reservatórios até o fim desta semana.
Desses, a autarquia informou que o reservatório do Santa Cruz é o que está precisando ser fechado com mais frequência nas últimas semanas, inclusive por um problema estrutural, já que a região cresceu bastante e não houve planejamento e investimento necessários em saneamento, sobretudo na questão de reservação e distribuição de água.
Segundo o Saae, um dos motivos que tem feito com que os reservatórios sequem rapidamente e ocorram as paradas pontuais para recuperação de níveis é o aumento das temperaturas e consequentemente o aumento do consumo de água em toda a cidade. Além disso, a autarquia informou que a Companhia Piratininga de Força e Luz, a CPFL, realizou no sábado (2) uma manutenção em um poste na Rua Cabreúva, no Jardim Cidade II, e precisou desligar a energia do bairro, paralisando o funcionamento do Reservatório Jardim Cidade (Siemens), que transfere água para o Reservatório Santa Cruz e com isso afetou também o Reservatório Imperial, que recebe água do Jardim Cidade.
Segundo o Saae, a CPFL não comunicou a autarquia previamente sobre essa manutenção e por isso o Saae não pôde realizar manobras para reduzir o impacto dessa paralisação, que afetou profundamente a capacidade de sustentação do reservatório. O reservatório ficou cerca de oito horas sem receber água e precisou ser fechado para recuperar o nível.
A CPFL Piratininga foi questionada pelo PRIMEIRAFEIRA e informou em nota que o desligamento programado de energia realizado no bairro Jardim Cidade II foi necessário para a execução de obras de melhoria na rede de distribuição da cidade. Além disso, a companhia ressaltou que o Saae foi informado sobre esse desligamento. “Seguindo as recomendações da Agência Nacional de Energia Elétrica, a Aneel, os desligamentos são previamente informados por meio de comunicado enviado aos clientes. O Saae foi comunicado com antecedência sobre a obra e o desligamento programado, em aviso com confirmação de recebimento, no dia 27 de novembro”.
Além disso, o Saae informou que o retorno dos fechamentos programados no abastecimento pode acontecer caso uma nova onda de calor, similar àquela que vivenciada em novembro, volte a ocorrer. Mas, se esse retorno for necessário, a população será comunicada com antecedência.

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