Ministério Público vai investigar represamento de água realizada no Buruzinho em Indaiatuba

Córrego é o principal afluente do Ribeirão Buru, em Salto, que abastece cerca de 20% da população saltense

 

O Ministério Público de São Paulo (MPSP) instaurou um inquérito civil contra a Prefeitura de Indaiatuba para investigar o suposto represamento de água do córrego Buruzinho, principal afluente do Ribeirão Buru em Salto, que abastece cerca de 20% da população saltense.

Além da Prefeitura de Indaiatuba, o Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee) também será diligenciado a fim de verificar se a licença concedida corresponde efetivamente à área noticiada. O Ministério Público irá apurar se há dano ambiental na localidade e, caso seja constatado, serão apresentadas as providências a serem tomadas para sua recuperação.

A Prefeitura de Indaiatuba foi procurada pela reportagem do jornal PRIMEIRAFEIRA, mas até o encerramento desta edição não havia se manifestado sobre o caso.

 

Entenda o caso

Em abril de 2022, o então presidente da Câmara de Salto, Cícero Landim (PL), fez denúncia sobre o possível represamento irregular de água no Parque Ecológico do Buru, localizado no Parque Campo Bonito. Em maio, o vereador e as reportagens do PRIMEIRAFEIRA e do Portal Terra Tavares estiveram no local para uma visita surpresa, mas que, coincidentemente, teve a presença do prefeito de Indaiatuba, Nilson Gaspar (MDB), e do superintendente do Saae de Indaiatuba, Pedro Claudio Salla, que afirmaram estarem ajudando Salto com o represamento. O superintendente do Saae de Salto à época, Ernivan Balieiro, afirmou que o represamento ocorria até o momento em que não houvesse volume de água para captação do Buru. Quando essa situação era registrada, Salto deveria solicitar ao Saae de Indaiatuba a abertura do reservatório.

Em dezembro de 2021, a Mesa da Câmara de Salto já havia questionado o Departamento de Águas e Energia Elétrica (Daee) a respeito do represamento das águas do Buruzinho. Na ocasião, o Daee informou que a Prefeitura de Indaiatuba obteve autorização para desassoreamento e limpeza das margens do trecho do manancial. Entretanto, como no local já existiam algumas barragens que estavam rompidas e assoreadas, foi elaborado um relatório e o Saae de Indaiatuba passou a executar as barragens, sem autorização do Daee.