A notícia de que o quadro de funcionários da Polícia Civil em Salto deve aumentar no segundo semestre deste ano, com a provável chegada de novos profissionais a partir de setembro, é um alívio para muitos cidadãos preocupados com a segurança, mas, ainda assim, essa medida, anunciada pelo secretário de Defesa Social da Prefeitura, Alex Rogério da Silva, durante reunião na Câmara de Vereadores, levanta muitas dúvidas sobre a sustentabilidade e a eficácia desse reforço para a cidade no longo prazo.
Primeiro porque o governo de São Paulo convocou 4 mil novos policiais civis, mas vai distribuí-los pelas delegacias de todo o Estado, e o mesmo acontecerá com outros concursos em andamento, que prometem mais 4 mil policiais. Em teoria, esses números são animadores e indicam um esforço do governo para enfrentar a crescente demanda por segurança pública, mas na prática não representam muito efetivamente, já que Salto terá de dividir esses policiais com cidades de todo o Estado.
É inegável que a presença de mais policiais civis em Salto é necessária. A cidade, como muitas outras, enfrenta desafios relacionados à criminalidade que requerem uma força policial robusta e bem equipada. A chegada de novos profissionais pode, inicialmente, ajudar a reduzir a carga de trabalho dos policiais atuais, melhorar a investigação de crimes e aumentar a presença policial nas ruas, mas ainda não se sabe nem quantos desses policiais chamados virão para Salto e essa vinda era para abril.
Mesmo vindo novos policiais, essa medida não deve ser vista como a solução para os problemas de segurança pública. A sustentabilidade desse reforço depende de uma série de fatores. Primeiramente, é fundamental garantir que esses novos profissionais recebam treinamento adequado e tenham condições de trabalho apropriadas. Salto precisa de uma polícia bem equipada, com acesso a tecnologias modernas e infraestrutura adequada para realizar seu trabalho de forma eficiente.
O combate à criminalidade vai além do aumento do efetivo policial. É necessária uma abordagem integrada que inclua políticas sociais e econômicas voltadas para a prevenção do crime. Investimentos em educação, saúde, moradia e emprego são essenciais para atacar as causas raízes da criminalidade. Sem essas medidas, o aumento no número de policiais pode apenas tratar os sintomas, não a doença.
Outro aspecto importante é a relação entre a polícia e a comunidade. A confiança do público na polícia é fundamental para a eficácia do trabalho policial. Programas de policiamento comunitário, onde os policiais trabalham em estreita colaboração com os residentes, podem ajudar a construir essa confiança. A transparência nas ações e a responsabilidade são igualmente importantes para manter relação positiva com a comunidade.
A notícia do aumento no quadro de funcionários da Polícia Civil em Salto é bem-vinda, mas ela deve ser acompanhada de uma estratégia abrangente e sustentável de segurança pública. O sucesso no longo prazo dependerá de investimentos contínuos não apenas na polícia, mas também em políticas sociais que promovam a justiça e a equidade. Só assim se poderá construir uma sociedade mais segura e mais justa para todos.