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Pai faz segunda denúncia de erro médico contra Hospital Municipal em uma semana

Depois do menino com apêndice estourado, bebê pode ter morrido por uso de medicamento incorreto receitado para conter sangramento; Saúde e Igats vão apurar o caso

 

Uma semana depois de um tio denunciar o Hospital Municipal de Salto, apontando erro médico no diagnóstico do sobrinho de nove anos, que foi mandado para casa por estar com virose e depois passou por lavagem por estar com fezes presas e na verdade tinha o apêndice estourado, o pai de um bebê, morto com 35 semanas no último dia 10, afirma que a esposa recebeu um medicamento para sangramento que pode ter causado a perda da criança.

Procurada pelo PRIMEIRAFEIRA, a Secretaria de Saúde da Prefeitura, responsável pelo hospital, informou que tomou ciência da queixa e que acionou o Instituto de Gestão, Administração, Treinamento em Saúde, o Igats, instituição externa que administra o Hospital por contrato, e que ambos estão apurando o caso com a equipe técnica para mais esclarecimentos dos fatos.

De acordo com o boletim de ocorrência registrado pelo pai, ele e a esposa, que estava grávida de 35 semanas, foram à unidade de saúde do bairro Cecap para acompanhamento de pré-natal e informaram à médica que havia um sangramento. A médica da unidade aconselhou que o casal procurasse o Hospital Municipal para receber um tratamento mais adequado.

Já no hospital, a mulher foi atendida por outra médica. Esta solicitou exames e ministrou uma medicação, que, segundo ela, seria para conter o sangramento. O casal voltou para casa e a gestante passou a sentir fortes dores depois de tomar o remédio. Socorrida pelo marido, segundo ele, ela já não sentia movimentos do feto.

De volta ao Hospital Municipal, o atendimento determinou que fosse feita uma operação para retirada do feto, já que ele estava sem vida. A intervenção foi realizada por dois profissionais, segundo o pai. Ele disse que esses médicos não deram o atestado informando a causa da morte e ainda retiveram o cartão da gestante.

Como para o enterro do feto, o pai precisava do cartão da gestante, ele insistiu com o hospital. Segundo ele, de início, os funcionários da casa de saúde se negaram a fornecer o documento. Depois acabaram entregando. Quando o fizeram, o pai disse que o documento estava rasurado justamente na informação do nome do medicamento que fora ministrado à sua esposa.

Após o exame realizado na criança, foi constatado que a morte ocorreu por anoxia intrauterina, cujas principais causas são a interrupção do fluxo sanguíneo placentário para o feto. Diante da situação, o pai deu ciência do ocorrido à autoridade policial, que registrou a queixa e vai investigá-la. O cartão da gestante também foi apresentado na Delegacia de Polícia.

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