A pandemia da covid mudou o mundo sob todos os aspectos, especialmente no campo econômico. Algumas economias se sobressaíram, enquanto outras sofreram um forte revés que as colocaram em uma crise econômica sem precedentes. Países como os Estados Unidos passaram a conviver com um evento novo para muitos estadunidenses que nunca haviam vivenciado um aumento tão acentuado dos preços, desde os alimentos aos custos de moradia, algo já corriqueira no Brasil.
Com isso os Estados Unidos passaram a aumentar sua taxa básica de juros e o que nos pressionou na fazer o mesmo aqui com a nossa Selic, que hoje está estacionada em 10,50% a.a. Pode não parecer muito, mas é o suficiente para manter o nosso crescimento econômico estacionado e fazer com que as empresas, em especial a de alimentos, intensifiquem a prática da reduflação. (reduz-se o volume dos alimentos e produtos e mantém-se o preço) além também do surgimento de novos produtos similares aos oficiais produzidos com o que antes era o refugo da indústria alimentícia, e o surgimento dos produtos lácteos como alternativa ao leite, tais como leite condensado, creme de leite e requeijão, por exemplo.
O cenário atual ainda é confuso com novas situações como o desastre ambiental no Rio Grande do Sul que colocou praticamente todo o estado numa situação delicada e que deve impactar a todos.
Quando olhamos para todo o contexto a sinalização é de que a inflação ainda deve nos penalizar por um período mais longo do que o calculado por muitos economistas, e mais uma vez, como citamos em outros bate papos, o problema da inflação vai além do aumento dos preços, uma vez que fala-se muito em controle da inflação e em nada sobre o poder de compra do brasileiro. Somos um país rico em recursos, com um potencial fantástico, mas de políticas econômicas que não acompanham a necessidade da população.
Com a aperto financeiro crescente das famílias, o que observamos surgir são formas engenhosas de se levar a vida, com mais de uma geração da família dividindo o mesmo teto, cada vez mais apertado e malabarismos cada vez mais engenhosos para sobreviverem e escaparem de uma escassez alimentar que pode estar acontecendo na casa do nosso vizinho, sem que a gente tome conhecimento.
Quais os caminhos para melhorar a situação?
Caminhos existem vários. A complexidade tributária e alfandegária que temos no país dificulta as empresas fazerem negócios por aqui, agora somado aos problemas crescentes de segurança pública que vem sendo vistos já com uma normalidade, o que não deveria ser aceitável. Isso afasta o capital do país. Hoje, é mais interessante fabricar em outro país e importar para o Brasil, ao invés de fabricar por aqui. Historicamente falando, os países que conseguem manter uma inflação dentro de um patamar mais controlado e com melhor desenvolvimento econômico e qualidade de vida são os países industrializados e não os focados na exportação de matéria prima, como nós estamos nos tornando hoje.
Vida longa e próspera.