Morei em Salto por quinze anos. Foi nessa cidade que cresci, estudei e durante algum tempo, atuei como professor e no campo cultural. Na verdade, nunca saí de fato da cidade, prova disso é o “dedinho de prosa”, que agora se tornou mensal. A proposta aqui é que a gente possa prosear de maneira leve e solta, levando aos amigos leitores e amigas leitoras algumas reflexões que perpassam pelo meu cotidiano.
Outro vínculo com a cidade continua sendo através da Academia Saltense de Letras, a ASLe, instituição que tenho um carinho muito grande e fez aniversário junto ao aniversário de sua terra natal. Sempre disse e aqui reafirmo: sou ituano de nascimentos e saltense de coração. Ah, vale mencionar agora outro gentílico: cabreuvano por acolhimento.
Ao longo da minha trajetória vasculhando a história e memória da cidade de Salto, tive contato com narrativas fascinantes, muitas delas registradas aqui no Jornal PRIMEIRAFEIRA, em artigos publicados em livros, exposições temporárias, entrevistas ou outras ferramentas de divulgações. São histórias curiosas de memórias sobre acontecimentos ou pessoas que atuaram in loco. Ao longo das pesquisas sobre personas, três me acompanharam e chamam a minha atenção constantemente: Ettore Liberalesso, meu patrono na ASLe e primeiro ocupante da cadeira de número um; Luiz Castellari, memorialista que escreveu a história da cidade em colunas de jornais e importante fonte de pesquisa para Ettore; e José Maria Marques de Oliveira, o músico mais conhecido como Zequinha Marques.
Em Salto construí boas memórias, muitas amizades. Já proseamos aqui sobre o campinho de areia no bairro Jardim Saltense, onde eu morei da adolescência até o início da vida adulta. Lá passava tardes inteiras com os “moleques” jogando bola. Lembrança dos encontros de moto na casa de amigos, churrasco e boêmia que virava a madrugada. Por falar em boêmia, os botecos que frequentava nos idos dos dezoito e vinte e poucos anos. Lembrança das caminhadas de final da tarde pela Avenida Getúlio Vargas. As madrugadas de sábado na rodoviária para pegar ônibus ruma a São Paulo para estudar na PUC.
Todos esses fragmentos de memórias aqui mencionado já proseamos no dedinho de prosa, Salto foi e continua sendo inspiração para muitos de meus textos. É uma cidade encantadora que, com toda certeza afirmo, estará para sempre em minha memória e em meu coração.
Fica aqui expresso meu carinho para a cidade que completou mais um aniversário neste mês de junho.
Um bom fim de semana a todos e todas.