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Precisa mais do que terminar obras

Depois do sucesso que alcançou com a reforma e revitalização do Parque Rocha Moutonnée, a Prefeitura de Salto aposta em bons retornos, do ponto de vista turístico, com a entrega até junho da também reforma e revitalização do início da Rua Marechal Deodoro, na Barra, destruída por uma enchente em fevereiro de 2022.
A iniciativa é muito boa realmente, pois se pretende transformar o local em um boulevard similar à Rua do Porto, em Piracicaba, onde uma variedade grande de restaurantes, quiosques e barracas de alimentação, bem como barracas de artesanato e lembranças, atrai milhares de turistas ao longo de todos os finais de semana.
Se acontecer de fato -e a dúvida reflete o tempo de espera para que essa reforma e revitalização sejam concluídas (já são dois anos até agora e serão dois anos e cinco meses até lá), a obra poderá se tornar um grande sucesso como foi o parque, embora neste caso leve mais tempo devido à necessidade adesão da iniciativa privada.
Até para que essa adesão aconteça mais rapidamente, é preciso lembrar que a Prefeitura tem de realizar um trabalho voltado para a conquista do turista. O secretário do Conselho de Turismo, Claudiney Bravo, disse aqui no PRIMEIRAFEIRA semana passada que esta é uma das mais graves falhas da gestão atual em relação ao turismo.
Um bom exemplo mencionado por ele também é que bem próximo do trecho da Rua Marechal Deodoro, onde está sendo feita a obra, já existe o Trem Turístico, que funciona no local há três anos e até hoje nenhum guia ou funcionário foi colocado na estação para informar quem chega sobre o que é a cidade e os seus atrativos.
Mesmo que o governo não consiga recolocar em funcionamento todos os equipamentos turísticos destruídos pela enchente (o Complexo da Cachoeira pode ser concluído em abril e a Ilha dos Amores e o Jardim Tropical em março), é importante criar esses mecanismos de divulgação para o que tem já, inclusive o parque.
É importante que a cidade passe a ver o turismo realmente como um negócio rentável, gerador de empregos e de divisas para o município, pois é o que ele é realmente. E que isto possa ser feito em paralelo com os incentivos para a industrialização, que tem o seu peso mais significativo na economia de Salto, mas não está só.

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