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Prefeitura de Salto faz novo contrato de locação de veículos por quase R$ 7 milhões

A Prefeitura de Salto firmou um contrato com a empresa Loc Minas Locadora de Veículos Ltda para a locação de 45 veículos que serão utilizados para diversas secretarias. O contrato, firmado no valor de aproximadamente R$ 7 milhões tem duração de um ano e foi publicado no Diário Oficial do Município na sexta-feira (13).

Os veículos serão utilizados pela Guarda Civil Municipal (GCM), pelo transporte da Saúde e pela Central de Veículos, que atende as demais secretarias. Segundo a Prefeitura de Salto, em resposta ao jornal PRIMEIRAFEIRA, a contratação é necessária. “Nos veículos que rodam mais do que 4 mil quilômetros por mês, como por exemplo os veículos da GCM e do transporte de pacientes do SUS, as locações são vantajosas, em razão das despesas com manutenção, seguro e depreciação dos veículos”.

Apesar do novo contrato, o Executivo informou que o objetivo é reduzir o número de veículos locados, substituindo os mesmos por uma frota própria. “É importante frisar que a intenção da prefeitura é reduzir as locações. Para tanto, fez a maior aquisição de veículos nos últimos 20 anos: foram 22 veículos que deverão ser entregues entre o mês atual (12 veículos) e abril (mais 10 veículos)”, completou o Executivo.

 

Prefeito e vice justificam necessidade do contrato

Desde quando era vereador, o hoje vice-prefeito Edemilson dos Santos foi crítico ao modelo de contrato adotado por gestões anteriores. Publicações em sua rede social e também cobranças oficiadas enquanto membros do Legislativo mostravam a reprovação de Edemílson, que chegou a chamar a prática de ‘farra’. “Desde o começo deste contrato – que previa inclusive a locação de Troller para a Secretaria de Meio Ambiente – eu me posicionei contra e graças as minhas denúncias a “farra” da locação reduziu um pouco. Enfim, a Administração deixou de investir na saúde, educação, obras e manutenção, alegando falta de recurso, só que para locações não faltou dinheiro. É um absurdo. Nossos postos de Saúde estão sem médicos e o prefeito gasta mais de R$ 2 milhões para alugar carros para a Prefeitura”, disse o atual vice-prefeito em 2018.

No mesmo ano ele chegou a encaminhar um ofício ao então prefeito Geraldo Garcia, alegando que “é obrigação do Poder Público a utilização dos recursos provenientes do Erário Municipal de maneira cordata, otimizada, econômica, eficiente e salutar, fazendo consolidar o uso racional destas receitas no benefício primário do “interesse público”, banindo qualquer tipo de malversação”.

Além de Edemilson, o prefeito Laerte Sonsin também disse ser não ser favorável ao contrato para locação de veículos. Em uma transmissão ao vivo pela internet, no início de 2021, Laerte justificou a locação, em seu início de mandato. “Não somos favoráveis a locação de veículo, mas fomos obrigados nesse primeiro momento, para que não ficássemos sem os veículos essenciais. Se esse contrato não fosse renovado, os guardas municipais, por exemplo, andariam a pé”, informou. “Nós vamos adquirir frota própria. Mas não dá pra adquirir veículos em 18 dias. É um processo de, no mínimo, 45 dias. Se tivéssemos começado esse processo logo no dia 1º de janeiro, antes da segunda quinzena de fevereiro não daria para comprar. Isso se ninguém questionasse. Na prática, em menos de três meses não seria resolvido”, completou.

Nossa reportagem questionou Edemilson e Laerte que reforçaram a importância e a necessidade das locações. “As locações são úteis em determinados contextos, mas podem ser objeto de abusos e desperdício de dinheiro público. Por esta razão, há uma preocupação permanente com os valores envolvidos nas locações e uma vigilância constante para a fiel execução dos contratos, para coibir abusos e desperdícios”, responderam em nota.

 

Gradual

O prefeito e o vice ainda reforçaram que o processo de aquisição de veículo está acontecendo de forma gradual. “A prefeitura tem sim migrado gradualmente do modal da locação para aquisição de veículos próprios. Obviamente, este processo de transição é gradual, pois a prefeitura deve estruturar seu setor de manutenção, sua central de veículos e oficina, processo que exige a contratação de recursos humanos e reestruturação física do setor. Por esta razão, um imóvel próprio do município será reformado no próximo ano, para abrigar a manutenção da frota, que hoje em dia, no caso dos veículos alugados, é realizada pela contratada”, completou.

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