O relatório Retrato da Qualidade da Água nas Bacias Hidrográficas da Mata Atlântica, produzido pelo programa Observando os Rios da SOS Mata Atlântica, apontou que a qualidade da água nos trechos do Rio Tietê e do Rio Jundiaí, em Salto, não apresentou melhorias. Os resultados foram divulgados na sexta-feira (21) e estão disponíveis no site.
No trecho monitorado do Rio Tietê, a água foi classificada com um IQA (Índice de Qualidade da Água) médio considerado regular. O mesmo foi observado em dois pontos de monitoramento do Rio Jundiaí, que também tiveram a qualidade da água classificada como regular. Apenas no ponto de monitoramento do Ribeirão Piraí a água obteve uma classificação boa.
No Rio Tietê, durante os meses de agosto e setembro, e depois em dezembro, a água foi considerada boa. Porém, em janeiro, houve uma piora na qualidade, e a água passou a ser classificada como ruim.
O estudo da organização reuniu dados coletados em 112 rios entre janeiro e dezembro de 2024. A água de mais de 75% dos pontos monitorados foi classificada como regular, ou seja, já apresenta impactos significativos da poluição e necessita de tratamento para o consumo humano. Além disso, o número de ocorrências de qualidade ruim e péssima aumentou.
Os resultados mostram que apenas 7,6% dos pontos (11) apresentaram qualidade boa, enquanto 13,8% (20) foram classificados como ruins e 3,4% (5) atingiram a pior classificação, péssima. A predominância de qualidade regular em 75,2% dos pontos (109) reforça o alerta sobre a vulnerabilidade dos recursos hídricos na Mata Atlântica.
A comparação com os dados do ano anterior revela um cenário ainda mais desafiador. Entre os 127 pontos monitorados nos dois anos consecutivos, houve um aumento no número de rios com qualidade ruim e a permanência de quatro pontos com qualidade péssima.
O Índice de Qualidade da Água (IQA), utilizado no monitoramento dos rios, classifica a água em cinco categorias: ótima, boa, regular, ruim e péssima. Rios com qualidade ótima ou boa apresentam condições adequadas para abastecimento, produção de alimentos e uma vida aquática equilibrada. Já os rios classificados como regulares apresentam impactos ambientais que podem comprometer seu uso para consumo ou lazer. Nos rios com qualidade ruim ou péssima, a poluição atinge níveis críticos, prejudicando tanto a biodiversidade quanto a população que depende desses recursos hídricos e a saúde pública.