O anúncio do tarifaço pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a partir de 1º de agosto, tem gerado preocupações entre empresários brasileiros. Os impactos devem ser sentidos em diversos setores da economia.
Segundo especialistas, o estado de São Paulo tem potencial para ser o mais afetado pelas novas tarifas, já que responde por quase um terço das exportações brasileiras para os EUA. Anualmente, o estado exporta cerca de US$ 6,4 bilhões para o país norte-americano, o que representa 31,9% do total nacional.
Caso as tarifas sejam de fato implementadas, o efeito pode causar uma retração de 0,13%, o que representa uma perda estimada de R$ 4,46 bilhões, de acordo com um estudo do Núcleo de Estudos em Modelagem Econômica e Ambiental (Nemea), da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
A cidade de Salto também pode ser fortemente impactada. De acordo com dados do Painel de Informações e Estatísticas do Comércio Exterior do Brasil, do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços, entre janeiro e junho deste ano, Salto arrecadou US$ 104,93 milhões com exportações. Desse total, 39,8% — cerca de US$ 41,8 milhões (equivalente a R$ 233 milhões) — foram provenientes de vendas para os Estados Unidos.
O comércio com os norte-americanos teve um crescimento de quase 70% em relação ao mesmo período do ano passado. O principal produto exportado é o painel de fibras de madeira, que representa 41% de toda a produção local destinada ao exterior.