Serviço foi duramente criticado na Câmara também pelo vereador Cícero Landim (PL) nesta semana, que lamentou o que chamou de falta de comando da superintendência
Enquanto o Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) tenta resolver uma média de 15 vazamentos nas tubulações de água e esgoto de Salto por dia, segundo números apresentados em audiência na Câmara de Vereadores pelo superintendente, Alisson Bressiano, os seus funcionários e uma empresa terceirizada que trabalha com a autarquia espalham buracos pela cidade e geram irritação generalizada de motoristas, pedestres e vereadores.
Basta percorrer as ruas do Centro e dos bairros para encontrar os vilões do trânsito hoje: os buracos. “Eles estão por toda parte”, lamentou o motorista André Madeira, que circulava pela rua Prudente de Moraes esta semana e foi surpreendido pela valeta em frente ao Centro de Educação e Cultura, o CEC Anselmo Duarte. O buraco ficou aberto ali por 15 dias e quando foi fechado deixaram um desnível que assusta o motorista. Na terça-feira, o problema foi finalmente resolvido com uma nova camada de asfalto.
O vereador Cícero Landim (PL) disse na tribuna da Câmara nesta semana que não consegue culpar o superintendente do Saae, porque ele não tem o comando da autarquia. Para o vereador, os buracos se espalham pela cidade porque o Saae está loteado. “São buracos abertos nas ruas pelas intervenções feitas e cavaletes destruídos que não são substituídos”. Na opinião do aposentado Herculano Moraes, que anda a pé pela cidade, os cavaletes já se tornaram marca do serviço malfeito. “Onde eles estão sempre se encontra um buraco aberto ou tapado, mas com desnível flagrante e inadequado”.
A reportagem do PRIMEIRAFEIRA encontrou buracos em vários locais da cidade. Alguns que mais chamaram atenção estão na rua 24 de Outubro, lateral do Ceunsp, e na rua Dr. Barros Júnior, próximo ao cruzamento com a rua Nove de Julho, no centro; e nas ruas Pelé e General Glicério, ambas na Vila Henrique; além da rua João XXIII, em frente ao Estádio Municipal Amadeu Mosca, na Vila Flora. Quando os buracos não estão sinalizados com cavaletes, recebem cones, mas nem todos são sinalizados. O que mais chama a atenção são os desníveis deixados pela equipe que tapa os buracos.
Autarquia culpa a troca de empresa terceirizada pelos problemas
A superintendência do Serviço Autônomo de Água e Esgoto (Saae) divulgou, por meio de nota, que os problemas com os buracos surgiram por conta da troca da empresa terceirizada que atua depois do trabalho dos funcionários da autarquia, tapando os buracos e refazendo a camada asfáltica. De acordo com a nota, o contrato da empresa anterior venceu em 6 de março e o das duas empresas contratadas no lugar só começou em 11 e 12 de abril.
Para o Saae, o ideal é que o trabalho de fechamento e asfaltamento de uma valeta aberta para os serviços de manutenção ocorra em cinco dias no máximo depois que os reparos foram concluídos, mas isto não estava sendo possível antes por causa do intervalo entre o fim do contrato de uma empresa e a contratação das substitutas. O serviço de recapeamento das vias retornou ao normal na última semana, segundo a autarquia.
Na visão da superintendência, o serviço voltará ao normal em toda a cidade em breve, já que o processo está organizado. Segundo a nota, normalmente trabalham duas equipes do Saae na manutenção. Uma equipe realiza a primeira parte do trabalho abrindo o buraco com uma retroescavadeira. Isto ocorre para consertos de vazamentos, interligações e novas ligações. Depois uma outra equipe remove a lama que resta da obra e a substitui por terra seca, fazendo a compactação. Por fim, a empresa terceirizada faz a base do asfalto e o recapeamento para que a via volte ao uso do cidadão.
A autarquia informou que os desníveis podem ocorrer por vários fatores, como o tráfego de veículos pesados, a característica do solo no trecho reparado (se é uma área de frenagem fica mais sensível) e a qualidade da compactação e do asfalto utilizado. A nota salienta ainda que o Saae fiscaliza as terceirizadas e que recentemente começou a ser usada a cimentação, que vai reduzir as ondulações e deformações no pavimento por tornar mais sólida a base do asfalto.