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Secretaria de Saúde volta atrás e admite atraso na compra de insulina, mas culpa o Estado

Uma semana depois de negar, por meio de nota ao PRIMEIRAFEIRA, que houvesse falta de insulina na rede municipal, como denunciaram na Câmara os vereadores Cícero Landim (PL) e Vinícius Saudino (PSD), a Secretaria de Saúde da Prefeitura, por meio da Assistência Farmacêutica, admitiu que há atraso no fornecimento, mas culpou o governo do Estado por esse problema. Questionada, a Secretaria de Estado da Saúde não respondeu ao jornal até o fechamento deste material.
Respondendo aos questionamentos do PRIMEIRAFEIRA, a Assistência Farmacêutica informou que houve um atraso no fornecimento do Estado, mas que os cidadãos que são atendidos por essa demanda foram assistidos e não chegaram a ser afetados. A Secretaria informou que atualmente a Prefeitura atende cerca de 30 ordens judiciais e, quando há algum atraso, o município busca alternativas para que os pacientes não fiquem sem tratamento.
Apesar disso, uma mãe, que preferiu não se identificar, relatou à reportagem que há cerca de três meses não está recebendo a quantidade de insulina que a sua filha, uma jovem de 24 anos, precisa. A jovem tem diabetes e conseguiu uma ordem judicial para retirar o medicamento na Farmácia Central, já que as clínicas de saúde da rede municipal não fornecem o tipo de insulina que ela precisa. A mãe informou que ela precisa de nove doses de insulina por mês, mas nos últimos três meses só recebeu três doses e, às vezes, com atraso. Além disso, a jovem precisa de 120 agulhas para aplicação por mês e recebeu apenas a metade dessa quantidade.
A Secretaria de Saúde informou que o tipo de insulina fornecido nas unidades básicas do município é padronizado (nph e regular) e, caso o paciente utilize essas insulinas, ele pode retirar nas farmácias das unidades com a prescrição médica, o cartão nacional de saúde, isopor e gelo. Além disso, o setor de farmácia está à disposição das famílias dos pacientes para quaisquer outros esclarecimentos através do telefone (11) 4021-2145 ou presencialmente na Farmácia Central, à Rua John Kennedy, 446, Jardim Bela Vista, de segunda a sexta-feira, das 8h às 17h.
A mãe ouvida pelo PRIMEIRAFEIRA disse que se sente muito frustrada com a situação, pois isso nunca aconteceu. Ela também reclamou da informação que recebe. Segundo ela, quando vai à Farmácia Central retirar o medicamento, os funcionários dizem que não tem previsão para a chegada da quantidade necessária de insulina. Nesta semana, ela recebeu uma mensagem da Secretaria de Saúde informando que o medicamento está em falta devido à guerra entre a Rússia e a Ucrânia, porque o conflito estaria impedindo que o laboratório consiga os produtos necessários para produzir o medicamento. A mãe disse que recebeu doações de conhecidos e que isto foi o que ajudou a sua filha.

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