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Secretário de Meio Ambiente afirma que cidade receberá 671 mudas da CPFL como compensação por cortes

Empresa retirou 57 árvores de pontos que atrapalhavam a fiação elétrica e que comprometiam o fornecimento de energia; leitores e internautas do PRIMEIRAFEIRA denunciaram a ação

O secretário de Meio Ambiente da Prefeitura, Flávio Garcia, afirmou, em entrevista ao PRIMEIRAFEIRA, que a CPFL Paulista, concessionária responsável pelo fornecimento de energia em Salto, vai entregar 671 mudas para a cidade como compensação pelo corte supressivo de 57 árvores realizado na semana passada.
A ação da empresa foi denunciada por leitores e internautas que acompanham as edições do jornal quando os funcionários fizeram os primeiros cortes no entorno do Cemitério Municipal da Saudade e a reportagem acionou a Prefeitura e a CPFL para demonstrar a indignação dos moradores próximos dos locais afetados.
O consultor de relacionamento da CPFL, Fábio Augusto Barroso, disse que a concessionária elegeu 170 árvores para serem suprimidas na cidade. De acordo com ele, elas apresentam riscos à fiação elétrica com possibilidade de comprometimento do fornecimento de energia, mas a Prefeitura só autorizou 57.
“Respeitamos a decisão técnica da concessionária, até porque são eles que estão legalmente habilitados a decidir sobre esse risco e ela tem fundamento nas normas da ABNT, mas sempre vamos buscar preservar o máximo possível de árvores e foi por isso que pedimos mais um tempo para liberar ou não as demais”, disse.
Flávio Garcia explicou que as árvores que estão apontadas como passíveis de risco recebem apenas a poda comum, que afasta os galhos da fiação. “Elas serão monitoradas e, se as podas não forem suficientes para evitar o risco no decorrer do tempo daqui para frente, a supressão será autorizada e a compensação indicada”.
A Prefeitura e a concessionária já acordaram que a compensação será feita na proporção de 23 mudas por árvores nativas suprimidas e de 3 por árvores exóticas nas mesmas condições. As mudas fornecidas também deverão ter entre 1,5 metro e 2,2 metros de tamanho, para garantir que o plantio vingue mais facilmente.
Mesmo assim, de acordo com o consultor da CPFL, uma muda frutífera leva dois anos para ficar adulta e outros tipos podem chegar a até dez anos. O secretário de Meio Ambiente lamentou que as supressões tenham de ser feitas, mas disse que isto ocorre porque os tipos de árvores são inadequados para o local onde estão.
Ele contou que centenas de sibipirunas foram plantadas no centro de Salto e agora, 30 anos depois, estão sendo alvo dessa necessidade de supressão. “Poucas estão sendo mantidas, a maioria já quebrou muros, calçadas e entrou em risco com a fiação”. Não é só a CPFL que reclama, a população também.
Mas muitos moradores decidem plantar árvores na frente de suas casas sem orientação técnica. Para evitar isto, o secretário decidiu não fornecer mais mudas indiscriminadamente no Ecoponto do São Gabriel, onde fica o viveiro municipal. “Agora a gente recebe o pedido de doação, vai até o local, analisa e indica a muda adequada”.
Para Flávio Garcia, se se tivesse optado por quaresmeiras ou resedás no passado no lugar das sibipirunas, a cidade estaria mais arborizada e florida, sem a necessidade de remoções. Nesse controle com as novas mudas, se for o caso, a própria Prefeitura planta a árvore pedida para garantir a satisfação de todos.
As mudas que serão recebidas da CPFL Paulista em compensação às perdas de 57 árvores na semana passada serão usadas na arborização urbana e na recuperação de Áreas de Preservação Permanente, a critério dos técnicos da Secretaria de Meio Ambiente e na proporção do Plano de Arborização Municipal.

Concessionária diz investir em rede moderna e mais resistente

O consultor de relacionamento da CPFL Paulista, Fábio Augusto Barroso, informou ao PRIMEIRAFEIRA que a empresa tem procurado investir em redes mais modernas e mais resistentes que as utilizadas antigamente para suportar a ação de árvores que atingem a fiação e de intempéries climáticas.
A chamada Rede de Distribuição Aérea Protegida Compacta, também conhecida como rede “spacer”, que é o tipo mais moderno, segundo a empresa, é formada por um conjunto de equipamentos composto por: cabo de aço, condutores cobertos e espaçadores losangulares confeccionados em material polimérico.
Há ainda uma rede chamada de multiplexada, que também é do padrão moderno para construção de redes de baixa tensão. A CPFL informou ter implantado vários quilômetros dessas redes na cidade, mas não disse o quanto esse volume significa do total de redes implantadas e utilizadas atualmente no município.
Fábio Augusto Barroso informou também que investiu entre R$ 11 milhões e R$ 12 milhões na melhoria das redes apenas no primeiro trimestre deste ano. O consultor disse que, a continuar na proporção atual de investimentos, a CPFL deverá investir até R$ 28 milhões até o final deste ano, o que significa redes mais robustas.

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