Índices críticos foram apurados pelo Relatório Covitel 2023, mas já estão presentes há mais tempo e pioraram com a pandemia, diz a psicóloga Priscila Coelho, que reforça a força do autocuidado
Se você é jovem e usa celular, televisão e aparelhos eletrônicos por mais de três horas por dia e não faz nenhum tipo de exercício, muito provavelmente você está acima do peso. Os aparelhos eletrônicos, que mantêm a todos conectados o tempo inteiro, geram ansiedade e o sedentarismo complementa o quadro caótico.
O Relatório Covitel 2023, uma pesquisa feita em todo o país e que acompanha fatores de risco para doenças crônicas não transmissíveis desde a pandemia, apontou números preocupantes em relação aos hábitos das pessoas mais jovens.
Segundo o relatório, 40,3% dos jovens estão com excesso de peso; 76,1% utilizam aparelhos eletrônicos, como celular e televisão, por três horas ou mais por dia apenas por lazer; 31,6% já receberam diagnóstico de ansiedade; 14,1% receberam diagnóstico de depressão; entre outros fatores analisados.
Esses dados preocupam, pois demonstram uma realidade de boa parte dos jovens atualmente e esse cenário piorou pós-pandemia, causando mais doenças, como a própria ansiedade e a depressão, além do sedentarismo e do aumento de tempo gasto em celular, televisão e outros aparelhos eletrônicos.
A psicóloga clínica Priscila Coelho, graduanda em Psicanálise, explicou que a pandemia desanimou muito os jovens e que, por isso, essas doenças se tornaram mais presentes. O isolamento social causado pela pandemia trouxe um excesso de telas para as crianças e para os mais jovens, associados ainda ao sedentarismo e ao sobrepeso.
Priscila Coelho destacou os malefícios que esses hábitos podem criar na vida dos jovens, pois a falta de atividade física e uma alimentação menos saudável, por exemplo, podem gerar, além do aumento de peso, ansiedade e compulsão alimentar, prejudicando a autoestima e a autoimagem corporal. Ela afirma que a sociedade em geral precisa criar hábitos mais saudáveis para melhorar a qualidade de vida tanto física, como social, psicológica e econômica.
É importante que a população, sobretudo a mais jovem, evite o sedentarismo, realizando atividades prazerosas, como jogar bola, dançar, nadar, pedalar, brincar e outras atividades. Priscila ressalta que o importante é estimular os jovens a manterem a cabeça ativa e se ocuparem com pensamentos positivos, cuidando sempre da sua saúde mental. O autocuidado é essencial, na opinião dela.
“Os jovens precisam sentir que não estão sozinhos, sendo muito importante aprender a lidar com as adversidades do caminho. Procurar apoio psicoterapêutico por meio de consultas com psicólogos pode fazer toda a diferença”, enfatizou a psicóloga.