A ousadia do secretário de Cultura da Prefeitura de Salto, Oséias Singh Júnior, deu resultado: o Carnaval de Rua da cidade foi um sucesso no novo local. De acordo com cálculos da Polícia Militar, pelo menos 8 mil pessoas foram assistir aos desfiles na primeira noite e nenhum incidente mais grave foi registrado.
A escolha da Avenida dos Migrantes, batizada durante o Carnaval de Passarela do Samba Caju, em homenagem ao personagem folclórico da cidade homenageado neste ano, foi acertada. Em um local com espaço delimitado e controlado foi possível que a segurança fosse mais efetiva que na Praça XV de Novembro.
É preciso levar em conta que o desfile na Avenida Dom Pedro II em torno da praça, ainda que tradicional, permite muitas rotas de fuga para malandros e pessoas mal-intencionadas. Para a polícia e a Guarda Civil Municipal garantirem a segurança ali seriam necessários muito mais homens e mais equipamentos.
Na nova passarela do samba o espaço foi delimitado pelas arquibancadas e pela pista de desfile, o que reduziu a necessidade de tantos policiais, embora eles estivessem em grande número. Também a possibilidade de socorro em caso de urgência e emergência foi facilidade pela amplitude do espaço.
Além disso, a área destinada ao desfile das duas escolas de samba e dos sete blocos que participaram do Carnaval deste ano foi bem maior na Avenida dos Migrantes que na Avenida Dom Pedro II. As acomodações para o público também ficaram mais adequadas com as arquibancadas que permitiram a visão de todos.
Na Praça XV, as pessoas eram obrigadas a ficar umas atrás das outras, o que impedia a visão completa do que acontecia na área dos desfiles. Sem falar que era uma aglomeração perigosa pela possibilidade de furtos e também de incômodos ou importunações, gerando sempre mais risco de haver confusões.
A nota negativa do Carnaval no novo local foram os atrasos para o desfile dos blocos, que não se justifica e que irrita os cidadãos que estão esperando. Essa demora precisa ser resolvida para o próximo ano. Em função dela o desfile da Escola de Samba Pérola Negra, a última a passar pela avenida, foi prejudicado com menos público.